segunda-feira, 18 de julho de 2011

Mais preparo do profissional, mais qualidade de vida do idoso

Os profissionais de saúde devem se capacitar para cuidar do idoso

Os problemas dos idosos também são problemas de família. A previsão do gerontologista e professor Antero Coelho Neto é que em 2050, mais da metade dos brasileiros seja idosa

 O Alzheimer e o Parkinson já são problemas de saúde pública. O número de pessoas com mais de 60 anos hoje, no País, é de mais de 21 milhões. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no censo demográfico 2010. Num universo de mais de 190 milhões de habitantes, o número representa mais de 10% da população. 

Gerontologista e professor de medicina da UFC, Antero Coelho Neto calcula que, em cerca de 40 anos, a quantidade de idosos no Brasil deve se igualar à de jovens e adultos. E o País não vem se preparando para essa breve e urgente realidade. “Tem o hospital da criança, da mulher, mas ninguém fala em hospital do idoso”, adverte. Aos 84 anos, o professor e diretor da Academia Cearense de Medicina dedica-se hoje ao estudo das implicações sociais, psicológicas e biológicas do envelhecimento.

“O sistema de saúde não tem desenvolvido políticas públicas de saúde para fazer face a esse problema”, delimita o geriatra João Macêdo, também professor da UFC, do Instituto de Geriatria e Gerontologia do Ceará. A falta de preparo tem tirado o sono do médico. Se hoje o número de idosos com Alzheimer é de 7% da população com mais de 60 anos, muito em breve, essa e outras doenças típicas do envelhecimento devem trazer grandes problemas para a saúde pública. Justamente pela falta de planejamento. Em Fortaleza, de acordo com João Macêdo, a quantidade de idosos com Alzheimer chega a 21 mil.

O que falta na rede pública não é somente condições estruturais. Também está em baixa a conscientização e capacitação dos profissionais de saúde. “Há até pouco tempo, o cuidado de idosos não ocupava posição tão importante nas práticas de saúde. Os profissionais achavam mesmo que toda doença de idoso era sem jeito, não tinha mesmo mais nada para fazer. Então, o cuidado do idoso no âmbito do sistema saúde ficava meio marginal”, pontua o geriatra João Macêdo.


O problema do idoso geralmente é um problema que influencia toda a família, como classifica o gerontologista Antero Coelho Neto. O atendimento que o médico realiza não é direcionado à pessoa da terceira idade, mas aos parentes e cuidadores dos pacientes. “Muitos portadores vivem muitos anos. E, de certa forma, isso condiciona um transtorno muito grande para a família, porque ela nem sempre está preparada, não sabe o que é, não se conscientiza da gravidade, não tem consciência de como poderá evitar os problemas futuros”, assinala. O papel do gerontologista se inicia justamente aí: o profissional explica que mudanças e adaptações são necessárias para uma qualidade de vida. “Basicamente, é atenção, paciência e amor”, conta. (Angélica Feitosa)
Por muito tempo, segundo ele, criou-se a ideia de que quem cuidava de idoso eram profissionais desqualificados, de categoria inferior. “E hoje sabemos que não é verdade. As doenças não são inexoráveis do envelhecimento, porque nem todos vão ter Alzheimer”.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Dia do Homem comemorado em alguns países, para estimular cuidados com a saúde



O Dia Internacional do Homem é comemorado oficialmente em vários países, e também no Brasil, em 15 de Julho. A data foi estabelecida há 10 anos pelo ex-presidente russo Mikhail Gorbachev, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e outros grupos de defesa dos direitos masculinos da América do Norte, Europa, África e Ásia.

A ocasião também tem sido usada para promover a igualdade entre os gêneros, destacando os papéis positivos desempenhados pelos homens, bem como para estimular a população masculina a cuidar da saúde, em especial os mais jovens.

Diferentemente das mulheres, que destinam boa parte do tempo aos cuidados com a saúde e beleza, muitos homens são resistentes à realização de exames de rotina e à ida ao médico. Segundo o urologista Cristiano Gomes, do Hospital das Clínicas de São Paulo (HC-SP), as principais queixas deles estão relacionadas a distúrbios sexuais (impotência e ejaculação precoce), doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), cálculos renais e disfunções urinárias.

Ele acredita que essa dificuldade em procurar auxílio médico ainda está muito ligada ao preconceito, embora reconheça que isso tem diminuído gradativamente. “O fato de muitos acharem que o exame da próstata é invasivo contribui para isto. No entanto, trata-se de um método muito simples, rápido e indolor”, afirma.

Na opinião do médico, o papel da mulher para a quebra de tabus desse tipo é muito importante. “Além disso, a imprensa também tem ajudado na mudança de atitude dos homens frente aos exames de prevenção, ao divulgar informações sobre a importância e simplicidade da avaliação”.

Para a coordenadora do Núcleo de Urologia Geriátrica, Miriam Dambros, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), tornar a visita ao urologista uma rotina para o homem, assim como a ida ao ginecologista é para a mulher, é fundamental para, aos poucos, desmistificar conceitos equivocados e o receio a determinados procedimentos.

Prevenção de problemas graves

Atualmente, a disfunção erétil atinge mais de 150 milhões de homens em todo o mundo. Doenças ou situações de estresse podem favorecer ou causar esse tipo de problema, que tem como principais causas a diabetes, hipertensão arterial e a obesidade, além das doenças cardíacas, o hábito de fumar e a idade avançada.

Por falta de informação ou por vergonha, boa parte da população masculina nunca procura a ajuda de um urologista, a fim de esclarecer suas dúvidas. O que poucos homens imaginam é que, ao procurar um médico para solucionar uma dificuldade de ereção, eles também podem estar se prevenindo de consequências mais graves, como um infarto ou um acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo.

Fonte: http://www.24horasnews.com.br/

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Atividade física contra fibromialgia



Exercícios ajudam na prevenção e reduzem sintomas da doença caracterizada por dores generalizadas e que atinge mais as mulheres. A fibromialgia causa dores pelo corpo todo e aumenta a sensibilidade dos portadores de tal maneira que, por vezes, um carinho pode doer. A doença apresenta sintomas como fadiga e sono não reparador, além de depressão e ansiedade.

Não se sabe por que, a fibromialgia atinge mais o sexo feminino – são nove mulheres com a doença para cada homem diagnosticado. Mas uma certeza os especialistas já têm. Se existe uma arma contra a enfermidade ela se chama atividade física. “Sedentarismo é um fator de risco para a fibromialgia. Portanto, podemos dizer que exercício praticado com regularidade é uma forma de prevenção”, diz o reumatologista Eduardo Paiva, chefe do Ambulatório de Fibromialgia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Apesar de não se conhecer exatamente as causas da fibromialgia, estudos apontam para um aumento dos impulsos dolorosos transmitidos pelo sistema nervoso central, o que acaba tornando a dor crônica. Por isso, o tratamento da doença deve envolver medicamentos que atuem no sistema nervoso, diminuindo o excesso de mensagens de dor transmitidas dos nervos doentes para o cérebro.

Da mesma maneira, a atividade física entra como prescrição no tratamento da dor. Entre as recomendações estão exercícios aeróbicos – como caminhada e corrida – e alongamento. “É claro que para quem não faz nada, esse programa deve entrar de forma gradual na rotina. O paciente ganha qualidade de vida com isso”, garante o especialista.
O problema é que a doença ainda é muito desconhecida e tem um diagnóstico confuso.

Segundo a recente pesquisa “Fibromialgia: além da dor”, encomendada pela Pfizer e realizada pelo Instituto Harris Interactive, envolvendo 904 participantes (604 médicos e 300 pacientes) do Brasil, do México e da Venezuela, as pessoas levam mais de dois anos para procurar ajuda especializada e quase cinco anos para ter a enfermidade identificada corretamente.

O estudo apontou também que, ao sentirem dor, os entrevistados esperaram mais de quatro semanas para procurar a primeira ajuda. Entre os motivos, 77% disseram pensar que os sintomas desapareceriam sozinhos; 75% imaginavam ser capazes de controlá-los; 65% não sabiam que se tratava de uma doença que exige cuidados médicos; 63% não sabiam como descrever os sintomas ao médico; e 29% temiam que o médico não os levasse a sério.

“Caso tenha uma dor que não passa durante três meses, procure um médico”, orienta Paiva. O reumatologista alerta, inclusive, para a dor que aparece na região do trapézio (pescoço e ombros). “As pessoas costumam achar que é só estresse e não dão importância”. Outras dores relatadas pelos pacientes são cefaleias, dores faciais, articulares, câimbras nas pernas e lombalgia.

Na pesquisa, os médicos reconhecem a dificuldade em diagnosticar a doença (46% de clínicos gerais e 47% de especialistas) e em diferenciar seus sintomas de outras doenças (66% clínicos gerais e 68% especialistas). “Os critérios de diagnóstico da fibromialgia foram criados na década de 1990, o que é relativamente recente para a medicina”, explica Paiva. “Talvez por isso ainda haja certa dificuldade em diagnosticar a enfermidade”.

Geralmente o ortopedista é o primeiro especialista a receber o paciente fibromiálgico. Porém, o mais indicado para conduzir o tratamento é o reumatologista.

Além da indicação da atividade física e da melhora da qualidade de vida de forma geral, o médico pode ainda prescrever medicamentos para o alívio da dor.

Por Raquel Ayres.

domingo, 10 de julho de 2011

Vinho, massa, sobremesa... Equilibre sua dieta em restaurantes gourmets


Comer é uma importante fonte de prazer. E sair para comer em um bom restaurante, nem se fala! Mas há quem se prive por “estar de dieta”, ou quem vá com a intenção de “enfiar o pé na jaca”. Calma! Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Comer fora e bem não precisa ser sinônimo de culpa ou de fazer a coisa errada.

A palavra-chave é moderação. Anote as dicas:

- Se tomar vinho ou outro drinque, pule a sobremesa para o cafezinho;

- Se pedir doce, divida com alguém;

- Prefira entradas mais protéicas (como ceviche, carpaccio e queijo de cabra) aos cestos de pães para beliscar;

- Se tiver vontade de massa, escolha versões em que ela seja acompanhamento de uma proteína: carne, frango, peixe. Assim ela ocupará metade do prato e bem menos calorias no seu dia;

- Sempre que possível, troque massas e risotos por pratos de carne, peixe, frango com uma porção de arroz, batata sauté – ou, melhor ainda: vegetais, cogumelos, ou palmito;

- Delicie-se com frutos do mar grelhados: são pouco calóricos e extremamente saborosos!

E os cuidados podem começar antes mesmo de sair de casa. Para isso, procure não estar “azul” de fome ao sair. Uma fatia de queijo, uma caneca de sopa light de legumes ou uma gelatina com iogurte podem ser lanches de pouca caloria que driblam bem a fome. Com isso, você estará mais motivado para aderir às dicas acima.

Lembre-se que não há um único alimento ou refeição que torne sua dieta saudável, assim como também não há alimento ou combinação que sozinha arruíne o equilíbrio do seu dia. Uma dieta saudável leva em consideração todas suas escolhas que você faz ao longo do dia.

Se você acha que comeu um pouco a mais no restaurante, procure moderar na próxima refeição, investindo em mais vegetais, frutas e cereais integrais. A chave para uma dieta saudável está no equilíbrio! ;-)

Por Redação Marie Claire

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Dia Mundial da Alergia serve de alerta para os cuidados diante da rinite alérgica.

8 de julho de 2011 | postado por Cinthya Leite
Alérgenos respiratórios como a poeira doméstica são suficientes para a pessoa engatar espirros e sentir coceira no nariz (Foto: Divulgação - Site stock.xchng)

Que se dê por satisfeito quem nunca teve algum tanto de rinite alérgica, doença que acomete cerca de 30% dos brasileiros e que merece atenção hoje (8/7), quando todo o planeta se volta para o Dia Mundial da Alergia - data definida em 2005 pela Organização Mundial da Alergia (WAO, em inglês).
Um levantamento da entidade, feito em 30 países, com uma população estimada de 1,2 milhões de indivíduos, revelou que 22% (ou 250 milhões de pessoas) sofrem de algum tipo de alergia, definida como uma reação exagerada do organismo frente a estímulos comuns do meio ambiente, como alimentos, medicamentos, cosméticos, poeira, ácaros, pólen e fungos.
O problema pode se manifestar de várias formas e levar a várias doenças – entre elas, a rinite alérgica, definida como uma inflamação do revestimento interno da cavidade nasal (mucosa nasal) que é desencadeada pelo contato com os alérgenos (ácaros, pelos de animais e fungos, além de outros).
É a danada da inflamação que determina os quatro principais sintomas da rinite alérgica: nariz entupido, coceira, espirros e coriza excessiva. Intriga o fato de esses sinais geralmente serem ignorados. Esse comportamento leva ao prolongamento do quadro e consequentemente a uma complicação da doença.
Quem tem uma frequente congestão nasal sabe que o problema obriga a respiração pela boca, o que pode ocasionar irritação na garganta, voz anasalada, ronco e outros distúrbios respiratórios do sono. É por isso que aqueles com rinite alérgica não controlada estão sujeitos a desenvolver outras doenças, como otite, sinusite, faringite, amigdalite e asma.
Tanto distúrbio interfere na qualidade de vida. Não é raro os pacientes com rinite alérgica apresentarem limitação nas atividades diárias, além de produtividade reduzida no trabalho e na escola. Um levantamento realizado na América Latina, em 2009, conhecido pela sigla Aila (Allergies in Latin America), mostrou que a maioria dos pacientes (79%) com a doença apresenta algum tipo de impacto no cotidiano.
Para a médica Shirley Pignatari, chefe da disciplina de otorrinolaringologia pediátrica da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico são fundamentais. Afinal, quando tratado, o paciente pode evitar as crises decorrentes da rinite alérgica.
“Para alguns indivíduos, o ar poluído da cidade ou alérgenos respiratórios como a poeira doméstica são suficientes para engatar espirros e sentir coceira no nariz. O tratamento adequado possibilita o controle da rinite alérgica e permite uma melhor qualidade de vida”, afirma a especialista.
Ela faz questão de frisar que o fato de a pessoa ter rinite alérgica não significa que ela deve sofrer por causa dos sintomas. “Entender como é possível manter o problema sob controle e impedir que as crises interfiram na sua rotina fazem parte do primeiro passo para que o paciente se sinta bem”, ressalta a médica.
Alérgenos como o pólen das flores podem produzir uma reação exagerada do organismo em quem tem predisposição à rinite alérgica (Foto: Divulgação - Site stock.xchng)

Conforta saber que o tratamento da doença nem sempre é complicado. Os medicamentos mais frequentemente usados são os anti-histamínicos e os corticoides nasais – entre esta última classe, está a ciclesonida, um corticoide intranasal de ação rápida que atua especificamente no foco da rinite alérgica. Dessa forma, é possível combater a inflamação e os sintomas associados.
A rinite alérgica também exige que o paciente tenha alguns cuidados. As principais recomendações são manter os ambientes de casa e do trabalho limpos, trocar os lençóis de cama uma vez por semana, lavar antes de usar as roupas guardadas por muito tempo, deixar as janelas abertas para ventilar o ambiente, evitar sair de espaços quentes e ir para outros muito frios.
Além disso, o paciente deve evitar locais fechados, não fumar, evitar cheiros fortes, ficar longe de mofo e dos agentes que desencadeiam a crise. De qualquer forma, nunca é demais frisar que a rinite alérgica també tem caráter hereditário.
“Se um casal de alérgicos tem um filho, a chance de a criança ser alérgica é de aproximadamente 50%. Mesmo que nenhum dos pais apresente alergia, contudo, a criança ainda assim pode ter manifestações da doença”, finaliza Shirley Pignatari.
* Com informações da Burson-Marsteller e da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia
 

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Avanços da medicina aumentam expectativa de vida para quem está na faixa dos 40 anos


Quem tem por volta de 40 anos de idade hoje, ou menos, pode ir se preparando: se os especialistas estiverem certos, suas chances de chegar aos cem serão muito maiores, e em condições muito próximas das que vive atualmente. Este acréscimo na expectativa e qualidade de vida virá de diversos avanços esperados para as próximas décadas em áreas como medicina regenerativa, células-tronco e biologia molecular que, segundo alguns, não vão só interromper o processo de envelhecimento como podem até revertê-lo.

- Nos últimos 100 anos houve um aumento da expectativa de vida em mais de 30 anos - lembra o neurocientista Stevens Rehen, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro que, a partir da quinta-feira, ministra o curso "Morrer é inevitável? As bases científicas da longevidade" no Polo de Pensamento Contemporâneo (POP), no Rio de Janeiro. - Agora, os cálculos são que, no próximos 30 anos, a cada ano que você vive, vai conseguir viver mais um em virtude do que está sendo descoberto e aplicado pela medicina. Há um avanço muito grande que mostra que há formas de subverter ou manipular essa expectativa de vida entendendo melhor como funcionam as células e o organismo.

O importante é viver mais e bem

Segundo Rehen, o limite atual da vida humana foi dado pela pessoa mais longeva do mundo, a francesa Jeanne Calment, que faleceu em 1997 aos 122 anos e 164 dias de idade.

Ele destaca, no entanto, que de nada adianta alcançar uma vida tão longa com um organismo decrépito. - O importante não é só viver mais, mas viver mais e bem - diz. - A ciência está avançando e conseguimos entender cada vez mais como funciona o organismo e como se pode reverter alguns aspectos do envelhecimento.

Não é para a pessoa criar nesse momento a expectativa de que vai viver 150, 200 ou mil anos, mas que, a partir da percepção do avanço da ciência, ela vai ter uma qualidade de vida muito melhor lá na frente.

Para Rehen, a chave da longevidade está nas pesquisas sobre os telômeros. Estruturas localizadas nas pontas dos cromossomos, eles funcionam como capas protetoras dessas extremidades, com um papel muito importante na manutenção da integridade do genoma. Os telômeros impedem, por exemplo, a fusão de terminais de diferentes cromossomos ou sua degradação por enzimas que, na falta destas estruturas, considerariam o material dos cromossomos como DNA danificado, desfazendo-os como um cadarço de sapato que perde o adesivo protetor de suas pontas. Recentemente, a cientista Maria Blasco, do Centro Nacional de Pesquisa de Câncer da Espanha, inventou um exame de sangue que pode mostrar o quão rápido uma pessoa está envelhecendo medindo o comprimento de seus telômeros. O teste está previsto para ser posto à venda em 2012.

- Estamos conhecendo cada vez mais sobre os telômeros - conta Rehen. - Há uma série de evidências científicas de uma relação direta entre a longevidade e o comprimento dos telômeros, isto é, quanto menores eles são, menor a capacidade da célula em se dividir. E, quando ela para de se dividir, começa o que chamamos de senescência, que seria a chave do processo de envelhecimento.

Embora o envelhecimento seja um processo natural de desgaste do organismo, não há provas científicas de que ele não possa ser interrompido e seus danos reparados, reforça Aubrey de Grey, pesquisador da Universidade de Cambridge e fundador do projeto SENS (sigla em inglês para "estratégias para engenharia de uma senescência negligenciável").

- No momento, há sim um limite para a vida humana, pois os processos químicos envolvidos na própria vida causam a acumulação de danos moleculares e nas células que a medicina ainda não pode reparar - explica. - Por outro lado, a medicina do futuro deverá ser capaz de reparar todos esses danos e, dessa forma, remover este limite completamente.

Medicina poderá reparar danos

De Grey conta que seu projeto classifica esses danos em sete categorias principais e detalha propostas de como eles podem ser consertados:

- Em resumo, a perda de células em órgãos importantes do corpo seria revertida com terapias com células-tronco; as células malignas resistentes atacadas com toxinas genéticas ou imunológicas; células que se multiplicam demais seriam paradas até impedirmos que estendam os telômeros nas pontas de seus cromossomos; o "lixo" molecular do lado de fora das células seria movido para seu interior por ferramentas do sistema imunológico e o "lixo" molecular dentro delas, por sua vez, degradado por enzimas de bactérias; mutações nas mitocôndrias seriam reparadas com o uso de cópias de seus genes nos núcleos das próprias células; e a matriz intracelular seria restaurada para sua elasticidade da juventude com drogas que quebrem as ligações químicas indesejáveis que ela acumula.

Na opinião de Rehen, quem encara projetos como o de De Grey e outros semelhantes como um desafio à "ordem natural das coisas" ou uma tentativa de "brincar de Deus" não leva em conta toda a própria história da evolução da nossa espécie.

- Claro que De Grey usa uma série de jargões, como dizer que vamos viver mil anos, para conseguir mais visibilidade para a própria fundação - ressalva. - Mas o homem, desde que começou a evoluir, subverte a natureza. O ser humano é a única espécie do planeta capaz de subverter a seleção natural de Darwin. A discussão entre o que é natural ou não já caiu por terra desde que o homem começou a se organizar e aumentar a própria expectativa de vida.

O neurocientista cita ainda como exemplo de pistas dadas pela natureza na busca pela longevidade o caso de um roedor africano conhecido como rato-toupeira-pelado (Heterocephalus glaber). Enquanto a maioria das espécies de roedores tem uma expectativa de vida máxima de dois anos, esses ratos vivem até 28 anos, quase 15 vezes mais. - Ele é um mamífero que consegue aumentar sua longevidade naturalmente - diz. - Sabemos que a incidência de câncer em roedores é altíssima.

Por isso, se não é comido por um predador, ele acaba morrendo num período de dois anos. Já o rato-toupeira-pelado tem a vantagem de conseguir evitar quase por completo a formação de tumores, produzindo em grandes quantidades uma proteína chamada P27 que detém o processo. A partir do momento em que a gente identifica esses exemplos na natureza, fica mais fácil perceber que pode haver um aumento real da nossa longevidade. Não existe receita milagrosa Tanto Rehen quanto De Grey, no entanto, reconhecem que ainda serão necessárias muitas pesquisas para que o sonho de uma juventude eterna, ou pelo menos uma velhice prolongada e saudável, vire realidade.

Enquanto os avanços da medicina regenerativa não chegam aos leitos dos hospitais e aos balcões das farmácias, o melhor é se cuidar, mantendo uma dieta balanceada, praticando exercícios físicos e reduzindo o estresse, aconselha o professor da UFRJ. - Dados recentes mostram que estresse, sedentarismo e obesidade levam ao encurtamento dos telômeros - lembra Rehen.

- Não existe uma receita milagrosa. Eu mesmo estou buscando a minha, mas sei que não posso levar, aos 40 anos, a vida que tinha aos 20. O importante agora é conseguir viver o máximo possível com qualidade, pois a expectativa é muito boa para os próximos 30 anos baseado no que está acontecendo no mundo em termos de evolução da área de gerontologia. A quantidade de artigos e trabalhos é para deixar todo mundo bastante esperançoso e com expectativas boas de viver pelo menos mais 30 anos muito bem.

Fonte: http://www.midiamax.com/noticias, em 03/07/2011

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Psicóloga dá a dica: 'A corrida pode servir como antidepressivo natural'

Entenda melhor o que é a depressão, qual é o tratamento da doença, suas consequências e como a prática da atividade física pode fazer a diferença

Por Lucas Loos Rio de Janeiro


Falta de ânimo, uma sensação de tristeza, pensamentos negativos e ausência de prazer. Esses podem ser alguns dos sintomas de uma doença na qual muitos já ouviram falar, mas nem todos conhecem mais a fundo: a depressão. O tratamento conta com a assistência de psicólogos e psiquiatras, o uso de medicamentos e a prática de atividade física. De acordo com a psicóloga Miriam Barros, o hábito de correr pode ser muito útil no combate à doença, mas o conhecimento do problema também é importante para o tratamento e prevenção. leia entrevista com a especialista sobre o tema.

Entrevista completa com Miriam Barros*


O que é a depressão?
Miriam: É uma doença de ordem química e psicológica. Um transtorno de humor, que pode ter várias causas. Embora não se tenha um consenso no meio científico sobre as causas da doença, acontecimentos na vida da pessoa podem deflagrar uma depressão. No organismo, a depressão age como um distúrbio nos neurotransmissores, mas aspectos psicológicos também entram na origem da doença.


Níveis de depressão
M: Basicamente, são três tipos, embora isso não seja categorizado. Tem a depressão profunda, quando a pessoa não sai da cama e nem toma banho. Tem também a versão mais moderada da doença, que é uma mistura. A pessoa não fica prostrada, mas não leva uma vida normal. Além disso, tem a depressão leve, que a gente chama de distimia. É uma tristeza crônica, que interfere na qualidade de vida.

Corrida no combate à depressão
M: Ajuda muito. Inclusive, a corrida é um antidepressivo natural. Isso porque vai produzir substâncias no cérebro que atuam contra a doença, como a dopamina, uma substância que causa bem estar. Além disso, auxilia no melhor funcionamento dos neurotransmissores, fazendo os neurônios funcionarem melhor. A corrida produz uma sensação de bem estar e prazer. Tem também o fator da motivação. A gente fala também para a pessoa depressiva caminhar e correr ao ar livre, porque o sol e a natureza produzem uma sensação de bem estar.

Formas de prevenção
M: Quando tiver problemas, a orientação é procurar ajuda. A pessoa não deve se fechar nos seus problemas. Ter uma rede social ao vivo também é importante. O isolamento é uma das causas que contribui para que a pessoa se deprima. Conviver com os amigos é fundamental, assim como praticar atividades físicas que causem prazer. Outra coisa seria o autoconhecimento. Isto é: avaliar a capacidade de seus próprios limites, o quanto é possível aguentar situações difíceis, se os relacionamentos estão sendo saudáveis. Nunca deixar os problemas chegarem ao limite. Quando chega nesse ponto, dá para tratar, porém é mais difícil.

Substâncias associadas à depressão
M: A depressão está ligada a compulsões alimentares, de bebidas e ao uso de drogas. A pessoa depressiva vai buscar alívio em alguma coisa. É uma forma de tentar se medicar, mas acaba se prejudicando mais. Isso porque cria a dependência e o efeito deste “remédio” acaba sendo muito rápido.

Como identificar a depressão
M: Ao contrário do que muita gente pensa, não é só a tristeza que está relacionada. Ansiedade, pânico, irritação, perda de energia, falta de vontade de fazer qualquer tipo de atividade são sintomas que estão relacionados. Sono excessivo ou a falta dele, pensamento negativo e a falta de prazer também são reflexos. O diagnóstico precisa ser muito bem feito e só um psiquiatra pode fazer essa avaliação e o tratamento.

Consequências
M: Na dúvida, é bom procurar um psiquiatra. Em primeiro lugar, deve-se ter cuidados demais do que cuidados de menos. Esses sintomas interferem no trabalho e na vida familiar. Os sintomas estão tão fortes que prejudica o trabalho. A previsão é que a depressão será a segunda maior causa de afastamento do trabalho até 2020. Além disso, o relacionamento familiar pode ficar muito prejudicado.

Tratamento
 M: O tratamento tem que ser farmacológico, à base de remédios. Eles agem de uma forma boa, tirando da situação difícil e criando condições de se fazer uma terapia. Além do tratamento químico, é necessário o apoio psicoterápico, com psicólogo.

* Miriam Barros é psicóloga clínica formada pela FMU, psicodramatista formada pela PUC/SOSPS e psicoterapeuta de crianças, adolescentes, casais e de família.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/, em 03/07/2011.

OUTROS VÍDEOS SUGERIDOS PELA QUALITAS VITAE

Comemorando 35 anos de Globo Repórter, a maioria dos brasileiros escolheu como tema a reportagem: Saúde e Qualidade de Vida. Matéria sobre obesidade - Globo Repórter. Quanto mais equilibrada for a vida de um profissional, melhor será a sua performance profissional. Além disso, a sua identidade não estará baseada apenas em seu trabalho, mas também em outros aspectos vitais para a sua realização.

Dicas para reduzir calorias

Legumes e grelhados podem ser consumidos sem pão ou torradinhas. Escolha a massa com molho de tomate e uma proteína. No japonês, fique longe de opções fritas ou empanadas. Já na churrascaria, o ideal é começar pelas saladas.

Saiba quanto você precisa correr por semana para perder calorias.

A corrida é uma boa opção para quem quer emagrecer rápido. Um pessoa que pesa entre 60 e 70 quilos pode perder entre 500 e 600 calorias se correr durante uma hora. É importante passar por uma consulta médica antes do exercício.

Exercício em casa ou no parque aumenta tempo e qualidade de vida.

O exercício físico regular pode aumentar o tempo e a qualidade de vida de uma pessoa. O preparador físico José Rubens D'Elia mostra que é possível praticar exercícios em parques, na vizinhança ou em casa, com uma academia particular.

Médico dá mais algumas dicas saudáveis e baratas.

Dicas para levarmos uma vida mais saudável sem gastar muito para isso. Depois do programa, ele respondeu perguntas enviadas pela internet e deu outras sugestões.

Confira uma série de exercícios para melhorar o equilíbrio

O preparador físico José Rubens D'Elia mostra exercícios que podem ser feitos em casa e ajudam a melhorar o equilíbrio corporal.

Aprenda a comer bem e se manter saudável.

Um dos sinônimos de felicidade para todos é a saúde. Uma das formas de manter o metabolismo equilibrado e ainda garantir qualidade de vida é acertar na alimentação.

Dicas para melhorar a alimentação de crianças e adolescentes

As refeições devem ser adequadas às atividades ao longo do dia, evitando guloseimas e refrigerantes. A má alimentação pode causar cansaço, sonolência, apatia e irritação.

Pele deve receber cuidados especiais de acordo com a idade.

Na adolescência, o principal problema são as espinhas. Dos 20 aos 40 anos, a pele começa a perder a capacidade de regeneração e podem surgir manchas. Entre os 40 e os 60 anos, ocorre uma perda da elasticidade da pele e o contorno da face muda.

Transport é um dos aparelhos de maior sucesso nas academias.

Uma pessoa de aproximadamente 70 quilos pode queimar 300 calorias em 40 minutos em um ritmo mais leve. O exercício não provoca impacto nos joelhos.