Do Diário da Saúde
Passo a passo da ciênciaAfinal, não é para haver em nosso organismo alguma coisa que seja intrinsecamente ruim - a menos que seja um invasor, o que não é o caso.
O que ocorre é que a ciência apenas aos poucos vai descobrindo os intrincados meandros de cada uma das substâncias presentes em nosso corpo.
Era então natural esperar que logo se descobrisse o outro lado da moeda: se o colesterol LDL não pode ser taxado de sempre ruim, tampouco o colesterol HDL, o chamado colesterol bom, será sempre bom.
E foi isto o que aconteceu, conforme relatado em um artigo publicado com destaque na última edição do Jornal da Associação Norte-Americana do Coração.
O lado mau do bom colesterol
Cientistas acabam de descobrir que uma subclasse do colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade), o chamado "colesterol bom", não apenas não protege contra as doenças cardiovasculares, como na verdade pode ser prejudicial, aumentando o risco dessas doenças.
A "culpada" da vez, que levará a má-fama até que se descubram todas as suas funções, é uma pequena proteína chamada apolipoproteína C-III (Apoc-III), algumas vezes, mas nem sempre, encontrada na superfície do colesterol HDL.
A presença da proteína no HDL aumenta o risco de doenças cardíacas, enquanto o colesterol HDL sem esta proteína tem um efeito protetor, sobretudo do coração.
"Esta descoberta, se confirmada em novos estudos já em andamento, poderá levar a uma melhor avaliação do risco de doenças cardíacas, e a tratamentos mais precisos, para aumentar o HDL protetor, ou para diminuir o HDL desfavorável com ApoC-III," afirmou o Dr. Frank Sacks, professor de doenças cardiovasculares da Escola Harvard de Saúde Pública, principal autor do estudo.
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