O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 66, tem um tumor maligno na laringe de agressividade intermediária, de acordo com a equipe médica responsável, do hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
Segundo os médicos, o tumor de Lula é o mais comum nesta região, está “relativamente em estado inicial” e não se espalhou pela laringe. O ex-presidente irá se submeter a quatro sessões de quimioterapia – uma a cada 20 dias. Em seguida, passará por radioterapia. Caso não responda ao tratamento, a cirurgia pode ser considerada.
O câncer de laringe atinge principalmente homens e é um dos mais comuns na região da cabeça e pescoço. Segundo o Instituto do Câncer (Inca), fumantes têm dez vezes mais chances de desenvolver câncer de laringe que pessoas que não fumam. Lula é ex-fumante e tinha o hábito de fumar cigarrilhas. O câncer de laringe representa cerca de 25% dos tumores malignos na região da cabeça e pescoço.
Perguntas e respostas sobre o câncer de laringe
O que é a laringe? A laringe é um órgão especializado que constitui um esfíncter protetor para a entrada das vias aéreas, sendo também responsável pela produção da voz, uma vez que inclui as cordas vocais. Acima, abre-se na parte laríngea da faringe, e abaixo continua com a traqueia. A estrutura da laringe é constituída de cartilagens, que estão ligadas por membranas e ligamentos e são movimentadas por músculos. A cartilagem na frente da laringe é popularmente conhecida como pomo de Adão. A laringe é constituída por três partes principais: superior (ou supraglótica), média (glote; onde estão as cordas vocais) e inferior (ou subglótica; que se conecta com a traqueia).
Qual a frequência desse tipo de câncer? O câncer de laringe é um dos mais comuns a atingir a região da cabeça e pescoço, representando cerca de 25% dos tumores malignos que acometem esta área e 2% de todos os cânceres. Aproximadamente 2/3 desses tumores surgem na corda vocal verdadeira e 1/3 acomete a laringe supraglótica (ou seja, localizam-se acima das cordas vocais). O tipo mais prevalente, em mais de 90% dos pacientes, é o carcinoma epidermoide.
Qual a incidência da doença no país? Estima-se que em 2009 tenham sido registrados 9.320 casos de câncer de laringe no Brasil, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer). Em 2008, a doença causou 3.594 mortes, sendo que 3.142 eram homens e 452, mulheres.
Quais as causas do câncer de laringe? O álcool e o tabaco são os maiores inimigos da laringe. Fumantes têm dez vezes mais chances de desenvolver câncer de laringe. Caso o consumo do cigarro seja associado ao uso de bebidas alcoólicas o risco pode ser até 140 vezes maior comparado a uma pessoa que não fuma e não bebe. Outros fatores de risco são poluição do ar, infecção por HPV, refluxo gastresofágico, e algumas exposições ocupacionais, como inalação frequente de produtos químicos. Ter casos de câncer na família também pode ser um fator de risco.
Quais os sintomas do câncer de laringe? Os sintomas estão diretamente ligados à localização da lesão. Assim, a dor de garganta sugere tumor supraglótico, e rouquidão indica tumor glótico ou subglótico. O câncer supraglótico geralmente é acompanhado de outros sinais, como alteração na qualidade da voz, dificuldade de engolir e sensação de "caroço" na garganta. Nas lesões avançadas das cordas vocais, além da rouquidão, podem ocorrer dor na garganta, dificuldade para engolir e dificuldade para respirar ou falta de ar.
Como é feito o diagnóstico? O diagnóstico do câncer de laringe é realizado por meio de um exame chamado laringoscopia. A laringoscopia pode ser direta ou indireta, sendo que a laringoscopia direta é realizada em cirurgia. Esse exame é solicitado pelos médicos somente no caso de sintomas relacionados a doenças na laringe ou para pacientes fumantes há muitos anos.
Como evitar a doença? Além de evitar o álcool e o tabaco, deve-se evitar alimentos muito temperados ou gordurosos e líquidos muito quentes ou muito frios. Falar muito alto e sem pausas causa os chamados calos vocais. Pacientes com câncer de laringe que continuam a fumar e a beber têm probabilidade de cura reduzida e aumento do risco de aparecimento de um segundo tumor na área de cabeça e pescoço.
Como é o tratamento? De acordo com a localização e a extensão do câncer, ele pode ser tratado com cirurgia e/ou radioterapia e com quimioterapia associada à radioterapia. Quanto mais precocemente for feito o diagnóstico, maior a possibilidade de o tratamento evitar deformidades físicas e problemas psicossociais, já que a terapêutica dos cânceres da cabeça e do pescoço pode causar problemas nos dentes, fala e deglutição. A laringectomia total (retirada da laringe) implica na perda da voz e em traqueostomia definitiva (abertura de um orifício artificial na traqueia, abaixo da laringe). Como a preservação da voz é importante na qualidade de vida do paciente, algumas vezes a radioterapia pode ser empregada primeiro, deixando a cirurgia como segunda opção. A associação de quimioterapia e radioterapia é utilizada em protocolos de preservação de órgãos, criados para tumores mais avançados. Os resultados na preservação da laringe têm sido positivos. Da mesma forma, novas técnicas cirúrgicas foram desenvolvidas permitindo a preservação da função da laringe, mesmo em tumores moderadamente avançados. Vale ressaltar que mesmo em pacientes submetidos à laringectomia total é possível a reabilitação da voz através de próteses.
Fontes: Inca (Instituto Nacional do Câncer), Hospital A.C. Camargo e site Boa Saúde.
Fontes: Inca (Instituto Nacional do Câncer), Hospital A.C. Camargo e site Boa Saúde.
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