quarta-feira, 28 de março de 2012

Quando comer se torna um vício

Comer muito, rápido e perder o controle da hora de parar
são sinais de que alguma coisa pode estar errada

Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP), Comer Compulsivo ou simplesmente Compulsão Alimentar acontece quando uma grande quantidade de alimentos é ingerida de forma rápida e descontrolada. Esse comportamento se manifesta em forma de “ataques de alimentação” que duram de 20 a 40 minutos e, nesse curto período de tempo, o chamado comedor compulsivo pode chegar a consumir entre 2.500 e 10.000 calorias.

É fato que a maioria das pessoas tem o hábito de descontar na comida algumas frustrações, ou até mesmo exagerar a dose num rodízio de carnes, por exemplo. Entretanto, não caracteriza o comer compulsivo se, naquele determinado dia, a pessoa estava com vontade de comer mais do que podia, mas sentiu prazer durante a refeição e estava plenamente consciente de que exagerava na quantidade. A compulsão alimentar ocorre justamente quando há a perda de controle nessas situações.

Segundo o Dr. Marco de Tommaso, psicoterapeuta membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), o termo “compulsão” refere-se ao fato de a ingestão se dar contra a vontade da pessoa. “Quem é compulsivo come uma grande quantidade de comida sem ao menos estar com fome; habitualmente às escondidas por vergonha, com a sensação de falta de controle sobre o que e o quanto come, e acompanhado de culpa, arrependimento e sensação de baixa autoestima”, comenta.

Ainda segundo Tommaso, mesmo que não tenha exagerado na alimentação, o comedor compulsivo aciona o gatilho de outros episódios igualmente compulsivos. “É uma pessoa extremista (impulsiva) e apresenta personalidade de ‘tudo ou nada’, ou seja, se a pessoa está fazendo uma dieta e come um único brigadeiro, já sente que perdeu o controle e começa a devorar tudo o que vê pela frente. Algumas pessoas chegam a dizer que não conseguem parar de comer e por isso repetem a mesma porção do mesmo alimento ou de outros, várias e várias vezes”, complementa.

As causas deste transtorno são desconhecidas, mas, segundo Mônica Cabral, endocrinologista membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), mais da metade das pessoas que o apresentam, possuem histórico de ansiedade e de de-pressão. “São pessoas que relatam tristeza, raiva, sentimentos negativos em geral, assim como remorso e solidão”, aponta. Além disso, existem aquelas que iniciam dietas muito severas e outros métodos de emagrecimento, como ingestão de shakes e fórmulas prontas, mas param no meio do caminho e, novamente, perdem o controle do que estão fazendo.

Apesar dos exageros e da obsessão pela comida, nem todos os comedores compulsivos são obesos. No entanto, a obesidade mórbida é a consequência deste comportamento, em médio e longo prazos. A ingestão descontrolada de alimentos compromete, também, o metabolismo, favorece o acúmulo de gordura e ainda pode provocar problemas no estômago.

Mude os Hábitos

Por não ter causas definidas, é difícil prevenir a compulsão alimentar. Mas, o ideal é que se busque ajuda o quanto antes. Assim, maiores são as chances de cura. O tratamento é interdisciplinar, ou seja, feito por diversos especialistas de uma única vez. Inicialmente, o psiquiatra faz o diagnóstico. Depois, é a vez do psicólogo, do endocrinologista e do nutricionista entrarem em ação, para reestruturarem os hábitos alimentares da pessoa.

Como complemento, o Dr. Marco de Tommaso recomenda a prática de atividade física, pois isso ajuda a relaxar e a controlar o peso, evitando assim doenças decorrentes da obesidade, como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares.

“Faça atividade física. O melhor exercício físico é aquele que, mesmo cansada hoje, você tem vontade de fazer amanhã. Lembre-se que a endorfina, a substância produzida pelo nosso cérebro, que é responsável pelo bem-estar, é uma ‘droga do bem’ e só acontece quando você se exercita. Portanto, encontre a atividade física que lhe dê mais prazer e não perca tempo: mexa-se, pois uma vida mais saudável virá como consequência”, aconselha.

Fonte: Revista Curves nº 6.

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