quinta-feira, 26 de abril de 2012

Semana da Hipertensão



26 de abril é o Dia Nacional de Combate à Hipertensão. A hipertensão é uma doença silenciosa, que atinge cerca de 24% da população brasileira. Por ser este um assunto de grande importância, foi criada a Semana da Hipertensão.

Uma boa dica é ler o Especial sobre Hipertensão, no site Minha Vida. Além de uma visão geral sobre o tema, a matéria trata de fatores de risco, sintomas, tratamento e cuidados, alimentos ricos em sódio, apneia do sono, e, claro, das várias maneiras de prevenir e controlar a doença.

Fonte: Portal Minha Vida.




quarta-feira, 25 de abril de 2012

SUS dá início à campanha de vacinação contra a gripe

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Jarbas Barbosa, apresentaram, nesta terça-feira (24), a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe. Em sua 14ª edição, a ação visa imunizar 80% do público-alvo de 30,1 milhões de pessoas, entre idosos, gestantes, crianças entre seis meses e dois anos de idade, profissionais de saúde e indígenas. Em 2011, mortalidade por influenza H1N1 teve queda de 64,1%.
A campanha deste ano reforça que a vacinação é para quem precisa de mais proteção, além de ser um direito assegurado pelo SUS. Portanto, entre os dias 5 e 25 de maio, gestantes, pessoas com 60 anos ou mais e crianças de 6 meses a menores de 2 anos devem tomar a vacina contra a gripe. Se você faz parte de um desses grupos, procure um posto de vacinação.
Fonte: Portal da Saúde.


Nova onda é treinar o cérebro antes de iniciar uma dieta


A onda mais recente em Nova York é treinar o cérebro três semanas antes de começar uma dieta
Foto: Thinkstock/Divulgação

Encontrar força de vontade para fazer dieta não é tarefa das mais fáceis. Mas o que parecia perdido pode ter uma luz no fim do túnel para que o resultado seja positivo.
 
A onda mais recente em Nova York é treinar o cérebro três semanas antes de começar uma dieta. Ou seja, na hora que você pensa em regime tudo o que passa pela sua cabeça é no que vai deixar de comer. A proposta sugere que você se prive de ingerir apenas um alimento por vez.
 
Segundo a autora do Livro The Manhattan Diet (A Dieta de Manhattan), Eileen Daspin, pesquisas mostram que o cérebro leva 21 dias para quebrar um hábito. "Tente deixar de comer determinado alimento por 10 dias; outro tipo por mais 10 dias e assim por diante. Quando você ingeri-lo de novo o desejo desenfreado terá ido embora. É uma forma de reorganizar o paladar", afirmou a escritora para o site britânico Female First.
 
The Manhattan Diet foi pensando após a Daspin ter visto uma pesquisa que mostrava que as mulheres de Manhattan eram mais magras que as dos outros quatro bairros de Nova York. Segundo o New York Times, a cidade tem também o menor índice de obesidade das mulheres americanas; 42% contra a média nacional 67%.
 
Daspin então recrutou um grupo de 25 mulheres e mapeou seus hábitos alimentares e de vida. Descobriu também que, em Manhattan, as mulheres preferem andar mais do que tomar táxi e não exageram muito em sobremesas calóricas, aperitivos e coquetéis em cada refeição.
 
A autora, também jornalista, escreveu o livro com o apoio de uma nutricionista e traz conselhos para se evitar "cair em tentação", como não ter comidas muito calóricas em casa; preferir alimentos naturais; comer sempre em pequenas porções; ou ir ao supermercado a pé, porque além de fazer exercícios compra-se menos comida. Daspin é mulher do chef toscano Cesare Casella, do Salumeria Rosi. A publicação traz também receitas de chefs conhecidos de Nova York, como Mario Batali e Eric Ripert.

Terra.com.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Saiba como se tornar uma pessoa muito saudável


Alguns hábitos ajudam o corpo ser mais saudávelFoto: Getty Images

Se tornar uma pessoa saudável pode não ser uma tarefa fácil para aquelas que não dedicam tempo aos exercícios e não têm uma alimentação adequada, por mais que ela não seja alguém aparentemente gorda.
 
Segundo o HuffingPost, Al Jacob, altor do livro Drop Dead Healthy, precisou de dois anos para refazer a saúde de seu corpo e, por isso, deu algumas dicas de como conquistou o sucesso.
 
Mastigue mais: mastigar oferece duas vantagens para a saúde: dá ainda mais nutrientes ao corpo e diminui a alimentação. Quanto mais lento comemos, menos queremos comer. O corpo manda para o cérebro a mensagen "estou cheio".
 
Qualquer movimento é um bom movimento: se você fica sentado mais de 23 horas por semana, pode ser 64% mais propenso a desenvolver doenças cardíacas. Ficar sentado aumenta a pressão arterial e os níveis de açúcar no sangue. A boa notícia é que qualquer movimento é útil. Atividade física espontânea pode queimar centenas de calorias por dia. Por isso, bata o pé, mexa-se em sua cadeira ou tente levantar-se da sua mesa a cada hora para caminhar pelo escritório.
 
Faça exercícios fortes e pesados: estudos já provaram que fazer exercícios rápidos e intensos são melhores do que um grande número de exercícios por dia. Ao invés de correr a 60% de sua capacidade por 45 minutos, faça uma corrida por 30 segundos. Em seguida, descanse por um minuto e depois repita várias vezes. Você pode obter um ótimo treino em 15 minutos. Cientistas da Universidade McMaster mostraram que ataques intensos de esforço suado aumentam a resistência, diminuem a pressão arterial e melhoraram a capacidade pulmonar.
 
Respeite seu próprio futuro: a chave para a tomada de decisões saudáveis ​​é respeitar o seu próprio futuro. Trate-o como você trataria um amigo ou um ente querido. Um estudo de Stanford mostrou que aqueles que viram uma foto de seu próprio futuro tomaram decisões mais inteligentes.
 
Tire proveito da pressão colocada sob você: a pressão dos colegas tem uma conotação negativa, mas pode ser aproveitada para o bem, especialmente na vida social. Vale a pena divulgar suas conquistas de saúde como quantos quilometros você correu hoje e incentivar seus amigos, assim como eles podem fazer com você.
Cuide do que você come: você deve maximizar as escolhas saudáveis​​. Para começar, cuidado com os impulsos irracionais antes de devorar tudo do seu prato. Coma porções menores e com menos calorias. Inicie a refeição com uma salada, assim você "ocupa" parte do seu estômago com algo mais saudável. Coloque na geladeira opções mais saudáveis na frente para que quando você for caçar algo para comer, tende a escolher algo melhor.
 
Não sente no vaso sanitário: o corpo humano foi construído para agachar, não se sentar em um vaso sanitário. Se você faz agachamento durante esse momento, pode fazer incosncientemente exercícios além, claro, de evitar algumas doenças.
 
Fique no silêncio: Todos os ruídos ao redor do mundo acabam prejudicando não apenas nossa audição, mas também o coração. A University of British Columbia descobriu que aqueles que trabalham em ambientes ruidosos sofreram duas a três vezes os problemas cardíacos. Da mesma forma, é ruim para o cérebro. Estudos mostram que o ruído impede o aprendizado, memória e concentrações. Aposte em fones e protetores de ouvidos.
 
Aposte em inimidores de apetite naturais: Um estudo da Penn State mostrou que aqueles que comeram uma maçã 15 minutos antes do almoço consumiram 187 calorias a menos do que aqueles que não comeram. Beber dois copos de água antes da refeição ajuda pessoas obesas a perderem peso. Alimentos apimentados também podem ajudar a perder peso, em parte, por conter o desejo de doces, alimentos salgados e gordurosos.
 
Não fique muito obcecado com a saúde: a obsessão doentia com a comida saudável também pode ser um problema. Você pode criar um estresse se querer comer apenas almentos saudáveis todos so dias e em todas as refeições. Dedique tempo para comer com seus amigos em um restaurante de vez em quando.

Terra.com.


domingo, 22 de abril de 2012

Estudo inédito mapeia dez diferentes tipos de câncer de mama

Pesquisadora observa imagem de diagnóstico de um exame de mama
DA BBC BRASIL


Um estudo inédito revelou que o que se conhece atualmente como câncer de mama pode ser desdobrado em dez diferentes tipos, abrindo caminho para uma revolução no tratamento, que deve ficar cada vez mais específico para cada tipo de tumor.

A pesquisa, realizada por cientistas do Canadá e do Reino Unido e publicada na prestigiada revista "Nature", analisou mais de 2 mil mulheres com câncer, e seus resultados devem começar a ser aplicados em hospitais dentro de no mínimo três anos.

Para os especialistas, é possível comparar o câncer de mama a um mapa do mundo. Os exames atuais, mais abrangentes, teriam a capacidade de classificar a doença em diferentes "continentes". Agora, com as novas descobertas, será possível mapear a doença em até dez diferentes tipos, com um grau de definição muito maior, como se fossem "países".

"O câncer de mama não é uma doença, mas sim dez diferentes doenças", disse o chefe do estudo, Carlos Caldas. "Nossos resultados abrem caminho para que no futuro os médicos possam diagnosticar que tipo de câncer uma mulher tem e os tipos de remédios que vão ou não funcionar, de uma maneira muito mais precisa do que é possível atualmente", acrescenta o pesquisador.

No momento, os tumores são classificados de acordo com sua aparência sob as lentes de microscópios e exames com "marcadores". Aqueles identificados com "receptores de estrogênio" deveriam responder a tratamentos que utilizam o tamoxifeno (um modulador seletivo da recepção deste tipo de hormônio) e os classificados com "receptores Her2" deveriam sofrer impacto da terapia com o medicamento Herceptin.

A grande maioria dos tipos de câncer de mama (mais de 70%) responde bem aos tratamentos com hormônios. Entretanto, a reação às terapias varia muito. "Alguns respondem bem, outros fracassam terrivelmente. Claramente precisamos de uma classificação mais detalhada", diz Caldas.

REVOLUÇÃO

Os pesquisadores analisaram detalhes da genética celular de mais de 2 mil tumores, levando em consideração quais genes haviam sofrido mutação, quais estavam se multiplicando e quais estavam sendo desligados. Após as análises, as células cancerígenas foram agrupadas em dez diferentes classificações, denominadas "IntClust" um a dez.

"Este é o maior estudo já realizado sobre os diferentes tipos de tumores de câncer de mama e vai alterar a maneira com a qual analisamos a doença, tendo um impacto enorme na forma de diagnosticar e tratar o câncer de mama nos próximos anos", disse Harpal Kumar, chefe do instituto de Pesquisa do Câncer do Reino Unido, que financiou a pesquisa.

Os cientistas precisam agora comprovar os benefícios da nova classificação antes que médicos e hospitais de todo o mundo passem a utilizá-la--um processo que pode levar de três a cinco anos.

Para Delyth Morgan, chefe de campanhas contra o câncer de mama no Reino Unido, o estudo pode "revolucionar a maneira com a qual a doença é diagnosticada e tratada".

A pesquisa é um exemplo do que se conhece atualmente por "medicina personalizada" -que consiste em tratar uma doença a partir do mapeamento detalhado de seu comportamento genético.

O princípio pode, no futuro, ser aplicado às pesquisas que medem a resposta a medicamentos para doenças cardiológicas e tratamentos para conter o vírus HIV, dentre outros.

Folha.com.

sábado, 21 de abril de 2012

Conheça os prós e os contras dos inibidores de apetite

Somente o uso de drogas para emagrecer não é suficiente para
uma perda de peso permanente, saudável e eficiente - Foto: Getty Images

Por Gabriela Pestana

Perder aqueles quilinhos indesejados é um dos grandes desejos da maioria das mulheres. Mas nem sempre os exercícios físicos resolvem o problema do peso extra. É aí que o remédio para emagrecer se torna a verdadeira tentação. A miss plus size Carla Manso, por exemplo, contou no programa de Marília Gabriela que chegou a perder 35 quilos com regime e com inibidores. Mas será que vale a pena recorrer à química?
Antes de falarmos sobre as drogas é bom saber um pouco mais sobre os remédios para emagrecer. Muito se tem discutido a respeito das drogas utilizadas no tratamento da obesidade. Muitos especialistas são contra o uso de certas drogas, bem como, alertam para o abuso que muitos indivíduos, ou mesmo profissionais não-especialistas, andam cometendo. "É comum que uma pessoa que deseja emagrecer procure a farmácia em busca de uma solução rápida, como se tomar determinado "remédio" fosse o necessário para alcançar o seu peso ideal. Porém, por trás dessa ilusória rápida perda de peso, se escondem efeitos colaterais e insucesso", alerta o endocrinologista Álvaro Perdizes.
 
É claro, hoje, entre os especialistas, e várias pesquisas já mostraram isso, que somente o uso de drogas para emagrecer não é suficiente para uma perda de peso permanente, saudável e eficiente. "Outros fatores são importantíssimos para o sucesso: mudança nos hábitos alimentares, atividades físicas e uma equipe de apoio (médicos e nutricionistas)", ensina a nutricionista Carolina Siqueira, do Centro de Nutrição da Mulher.
 
Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda de três inibidores de apetite no Brasil e ainda apertou o cerco em torno da prescrição da Sibutramina, a única liberada no país, mas com restrições. Atualmente considerada mais moderna que outras drogas como a anfetamina, a sibutramina aumenta a saciedade, ou seja, você come menos por sentir satisfeito com pequenas quantidades de alimentos. Como atua diretamente no sistema nervoso central, numa parte do cérebro (Hipotálamo), é responsável por controlar a sensação de ansiedade e fome. Os efeitos colaterais podem ser a boca seca, apetite elevada, náusea, gosto estranho na boca, estômago irritado, constipação, insônia ou sonolência, tontura, dores menstruais, dor de cabeça, dor nas articulações e elevação da pressão sanguínea. Fora que a substância é contraindicada em casos como bulimia, anorexia, depressão profunda ou manias pré-existentes.
 
Porém, na natureza, encontramos inibidores de apetite para emagrecer rapidamente. Estes produtos naturais são ótimos aliados reduzir o apetite, permitindo a perda de peso naturalmente, se associado a uma boa qualidade de vida. "A fibra atua absorvendo água, aumentando assim o volume gástrico e eliminando a fome", ensina a Carolina. Vegetais de folha, frutas e a água também funcionam. Os alimentos com proteína também têm vez na luta contra o peso, segundo a profissional. Eles contêm um aminoácido chamado glutamato de sódio, que produz saciedade. Este aminoácido também é utilizado como aditivo natural. "O queijo tem uma substância chamada exorfina, (família de endorfinas), que também nos dá o prazer de comer e é encontrada em outros laticínios", completa a nutricionista.

Terra.com.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Andropausa: o mal que atinge os homens

Especialista explica detalhes da doença, suas causas, sintomas e tratamentos
Por Tatiane Moreno

Aprenda a lidar com a andropausa e tenha uma vida melhor e mais saudável
Monkey Business Images/Shutterstock
Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (DAEM), Síndrome de Deficiência da Testosterona (SDT) ou Climatério Masculino. Esses são alguns dos nomes usados para definir a andropausa, versão masculina da menopausa.

Assim como acontece com as mulheres, a doença faz parte de um processo natural do envelhecimento. Dentre os sintomas estão desânimo, irritabilidade, perda da libido e ejaculação precoce.

Portal da Band
Para esclarecer as principais dúvidas sobre esse mal que atinge os homens, confira entrevista com o médico Luis Henrique Leonardo Pereira, especializado em tratamentos para as disfunções sexuais masculinas, femininas e do casal e coordenador do Grupo de Andrologia de Florianópolis, em Santa Catarina.

Segundo ele, o declínio da produção hormonal se inicia a partir dos 30 anos, porém os sintomas, geralmente, só começam a aflorar depois dos 50. E não há como escapar. "Todos os homens passam por esse processo de queda na produção de hormônios como parte do envelhecimento natural, mas os sintomas de andropausa variam amplamente entre os indivíduos", explica.

Apesar de todo o desconforto, o entendimento sobre a doença, suas causas e tratamentos podem contribuir para que os homens enfrentem essa fase da melhor forma possível.

O que é a andropausa?
Andropausa é termo conferido ao estado clínico que ocorre no homem devido ao declínio da produção de hormônios masculinos como a testosterona, assim como de outros hormônios como os da tiróide, hipófise, melatonina, GH, entre outros. Essa queda produtiva ocorre gradativamente a partir da terceira década de vida e começa a dar sintomas, geralmente, após 50 anos de idade, quando estes mensageiros químicos que controlam nosso organismo estão bem reduzidos (menos de 30 a 40% do normal).

Em que ela se assemelha à menopausa?
Tanto a menopausa quanto a andropausa se originam da queda da produção e da atividade de hormônios no nosso organismo. O quadro clínico se assemelha bastante, até porque esses mensageiros químicos que causam o quadro são semelhantes, como os da tiróide, hipofisários e sexuais. No homem o hormônio predominante é a testosterona e na mulher o estradiol, estriol e a progesterona, mas tanto homens e mulheres têm todos esses hormônios, sendo que a diferença se dá na quantidade destes no organismo de cada sexo. Cada vez se sabe mais que os quadros de andropausa e menopausa são causados por diversos hormônios e não apenas o estrogênio na mulher e testosterona no homem, como se pensava no passado.

Quais são os principais sintomas?
Fraqueza e perda de massa muscular, cansaço, desânimo, estresse, irritabilidade, insônia, falta de desejo sexual, perda de potência sexual, ejaculação precoce, flacidez de pele, entre outros. Isso ocorre em maior ou menor grau, em cada indivíduo.

É possível diagnosticar a andropausa por meio de exames?
Os exames ajudam, mas o diagnóstico é eminentemente clínico. Não adianta dizer para o paciente que está tudo bem, que os exames estão bons, se ele se sente mal. Na Medicina temos que sempre focar na queixa clínica, no estado de saúde que o paciente apresenta e não apenas em exames, muitas vezes caros e desnecessários. Porém, logicamente, eles nos ajudam e são os exames que medem a função da tiróide, das gônadas (testículos e ovários), hipófise, entre outros. Seus nomes técnicos são T3, T4, testosterona total e livre, estriol, estradiol, DHEA, SHBG, cortisol.

Que especialista deve ser procurado pelo paciente?
Aqui no Brasil a andrologia ainda é vinculada à cirurgia geral e ao cirurgião urologista, mas em diversos países desenvolvidos esta já é uma especialidade autônoma, independente das outras, até porque não se trata de uma especialidade cirúrgica e sim clínica. Essa autonomia e independência será nosso pedido perante os órgãos responsáveis, como Conselho Federal de Medicina e Associação Médica Brasileira. Por não existir ainda uma residência de andrologia, os profissionais que cuidam da saúde sexual masculina são de diversas especialidades, a exemplo do nosso grupo médico, onde temos cardiologistas, urologistas, clínicos, endocrinologistas, entre outros. Até surgir uma residência médica específica de andrologia, o médico a ser consultado tem que ser um médico atuante na área e que seja reconhecido pela comunidade médica. Esse fato ainda dificulta o acesso a esse especialista pelos pacientes em geral.

De que forma o prazer sexual, uma das principais preocupações do homem, pode ser estimulado durante essa fase?
Fazendo reposição dos hormônios (bioidênticos) que estiverem baixos, associando suplementos que combatem o envelhecimento (anti-oxidantes, anti-radicais livres), repondo vitaminas e oligoelementos como o zinco, manganês, selênio. Também associando medicamentos, aminoácidos e fitoterápicos para queixas específicas como distúrbios do sono, fraqueza muscular, perda de desejo sexual, dificuldade de ereção. Logicamente que o estilo de vida é importante, pois atividades físicas, boa alimentação, lazer, esportes, tomar sol, dormir bem e atividade sexual frequente melhoram a saúde global. A combinação destas medidas devolverá por tempo indeterminado o prazer sexual e a qualidade de vida para os pacientes.

Quais são as formas de tratamento da andropausa?
As formas de tratamento são baseadas em condutas para melhorar o estilo de vida e também são usados medicamentos em comprimidos via oral, sprays sublinguais (que contém vasodilatadores e hormônios bioidênticos que promovem mais qualidade, desejo, prazer e vigor nas relações sexuais, assim como melhora o desempenho muscular, cognitivo e cardiorrespiratório), injeções intramusculares e penianas, géis transdérmicos e uretrais, entre outros. Naturalmente o médico habilitado avaliará cada caso e irá a tratar a andropausa com a melhor combinação a ser utilizada. É importante que o tratamento, seja ele qual for, contínuo e diário, com acompanhamento multidisciplinar, para que ao longo do tempo a qualidade de vida sexual vá melhorando.

A andropausa tem cura?
Infelizmente o declínio hormonal é progressivo, portanto o tratamento geralmente será contínuo, mas isso é muito bem aceito pelo paciente, pois cada vez mais ele vai se sentindo melhor, mais confiante e mais feliz. Ele mesmo não quer parar o tratamento, tamanha a satisfação clínica que geralmente é atingida.
Há trabalhos científicos a respeito da reposição de testosterona para os homens?Sim, há inúmeros trabalhos publicados e a maioria indica benefícios da reposição hormonal com testosterona para homens e mulheres também. Naturalmente respeitando suas indicações e contraindicações.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Contra a ansiedade e o estresse, respire!

Foto: David Santos Jr / Fotoarena
"Hoje sei lidar com meus momentos de raiva e eles são bem raros", relata Alexandre

É possível controlar esses sentimentos de uma maneira fácil e natural, aprendendo a respirar direito

Quem passa pela agitada rua João Ramalho, em Perdizes, zona oeste de São Paulo, quase não nota o pequeno portão azul de ferro entre tantas casas e comércios. É difícil imaginar que por trás dele exista um grande centro onde se ensinam técnicas de meditação, respiração profunda e ioga. A única pista são os desenhos feitos com spray branco, que mostram posições dessa técnica milenar trazida pelos indianos ao Brasil.

Com pé-direito alto, cinco grandes salões, um jardim de inverno e lustres chineses feitos em bambu, o local abriga a sede da organização internacional Arte de Viver, cujo objetivo é disseminar práticas para redução do estresse e da violência, por meio de técnicas respiratórias, meditação e trabalho voluntário.

Na entrada, pufes baixos e um logo feito com pedaços de papel ocupam boa parte da parede. Diante dele, a foto do guru indiano Sri Sri Ravi Shankar, mentor e criador da ONG, presente em mais de 150 países.

Alexandre Lopes, 26 anos, fez seu primeiro curso há cinco anos, por indicação de um amigo. Um ano depois, o professor de educação física se rendeu às práticas de bem-estar e ioga e largou as aulas de personal trainer para se dedicar integralmente à organização. Passado por todos os cursos e formado instrutor, ele complementou seus estudos durante um ano, na Índia como voluntário.

“Cresci muito naquele país. Vi como as pessoas se ajudam, mesmo na pobreza. Aprendi outra forma de pensar, outra cultura e aprendi a ter mais respeito”, relata.

Ao voltar ao Brasil, virou um dos responsáveis pelas atividades da “Arte de Viver” em São Paulo. E garante que quem o conhecia antes, muitas vezes estranha essa transformação.

“Eu era explosivo, agressivo. Hoje, é claro que eu fico bravo, fico nervoso, mas esses episódios são raros e, quando acontecem, duram pouco. Aprendi a lidar com esses sentimentos de outra forma, sem precisar brigar, gritar, xingar”, atesta com voz e semblante tranquilos.

O truque para alcançar esse patamar – que parece uma missão quase impossível para quem mora nas grandes cidades – é simples: basta usar o nariz e a mente. O guru indiano Swami Paramtej, instrutor sênior da Fundação, esteve no Brasil para a realização de um curso sobre essas técnicas e falou com exclusividade ao iG Saúde.

“Há, definitivamente, um poder divino que está trabalhando para dar um sentido ao mundo, independentemente da sua religião, nacionalidade, classe social, cor, status social”, afirma.

Swami ensina a Sudarshan Kriya, técnica de respiração que, segundo ele, reduz os níveis de cortisol (hormônio do estresse) no sangue, melhora o sistema imunológico, aumenta a concentração, a sensação de bem-estar, controla a ansiedade, restabelece o sono e ajuda a combater a depressão. Como isso é possível?

"Todo o nosso corpo tem um ritmo. Você come a uma certa hora, sente sono e a uma certa hora... respirar também tem seu ritmo. Se ele estiver desequilibrado, é aí que ficamos doentes, depressivos. Quando fazemos essa respiração, retomamos o ritmo normal do corpo e voltamos ao equilíbrio", ensina.

Parece difícil, mas o guru indiano atesta que é possível, e em apenas 20 horas. “É uma combinação: você aprende ioga e a meditação acontece, a respiração melhora. As pessoas tendem a achar que a ioga é uma coisa chata, que você se sente, fecha os olhos, por horas, mas não é. Você só precisa de algumas habilidades, afinal, segurar uma guitarra não faz de você um guitarrista”, diz.

Em seu último livro antes de morrer, chamado “Respiração, angústia e renascimento” (Editora Ágora) o psiquiatra José Ângelo Gaiarsa diz que a prática inadequada da respiração é responsável também por muitos problemas emocionais.

“Se respiramos mal, alimentamos apenas os centros mais primitivos do cérebro. Ficamos reféns do medo e da agressividade e das emoções negativas, como inveja, medo, competição”, escreveu.

A seguir, confira dois exercícios que podem ajudar a lidar melhor com o cotidiano.

- Segure completamente a respiração e aguarde com atenção a vontade ou a necessidade crescente de respirar. Aguente até o limite do tolerável e então solte a respiração. Imaginamos que, nessas condições, ao soltar a respiração a faremos muito ampla, mas isso não é verdade.

- Tape a narina direita com o polegar, coloque o indicador entre os olhos, e inspire profundamente. Em seguida, tape a narina esquerda, expire. Inspire novamente pela narina esquerda, feche-a e expire pela direita. Repita calmamente esse exercício por cinco minutos, pelo menos duas vezes ao dia.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O estresse constante pode fazer adoecer?

O mesmo hormônio que ajuda a combater doenças pode deixar o corpo doente. Saiba como isso ocorre

The New York Times | 15/04/2012

Estresse: o excesso pode adoecer o corpo (Foto: Getty Images)


O estresse crônico e as doenças estão interligados. É de conhecimento geral que o estresse psicológico aumenta o risco de doenças do coração, gripe e resfriado, e até mesmo de alergias.


Mas como uma coisa leva à outra? Uma nova pesquisa sugere que o hormônio cortisol desempenha um papel fundamental. Liberado em quantidades maiores em momentos de estresse, esse hormônio fornece ao corpo uma invasão súbita de energia. Ele também ajuda a suprimir a resposta imunológica do organismo a infecções como a gripe, mantendo reações a inflamações como a tosse, os espirros e a febre sob controle.

Porém, quando os níveis de cortisol permanecem elevados, o corpo pode se tornar menos sensível a eles, da mesma forma que níveis elevados de insulina podem levar a resistência à insulina e consequentemente ao diabetes.

Cientistas da Universidade Carnegie Mellon decidiram testar essa ideia. Numa experiência, 276 adultos saudáveis foram expostos a vírus de resfriados. Em seguida, foram colocados em quarentena e monitorados durante cinco dias.

Os indivíduos que tinham passado por experiências estressantes recentemente estiveram mais propensos a mostrar resistência ao cortisol. Eles também ficaram mais propensos a desenvolver resfriados, de acordo com um estudo publicado no periódico Atas da Academia Nacional de Ciência.

Numa segunda fase da pesquisa, os pesquisadores descobriram que os participantes mais resistentes ao cortisol também produziram mais citocinas, componentes do sistema imunológico que promovem a inflamação e aumentam a gravidade dos sintomas.

"Como a inflamação desempenha um papel importante no aparecimento e na progressão de uma ampla gama de doenças", diz o estudo, esse processo "pode ter grandes implicações para a compreensão do papel do estresse".

Conclusão: o estresse crônico pode aumentar o risco de doenças por estimular a resistência ao cortisol.

* Por Anahad O'Connor

Leia mais sobre o tema e faça um teste para descobrir se você está estressado.

Fonte: Portal iG.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Aumente seu autocontrole com técnicas de meditação

JULIANA VINESDE SÃO PAULO

No instante de fúria, tudo parece conspirar para que você pule no pescoço de alguém: o coração dispara, as pupilas se dilatam, os músculos recebem mais sangue e se preparam para o ataque.

Seria um combate feroz se não fosse seu próprio cérebro, que, sem você contar até dez, se lembra das prováveis consequências do embate.

É fácil concluir que não existe vida social sem autocontrole. A ciência provou e já deu até o endereço de onde fica a regulação das emoções: no cérebro. A boa notícia é que as últimas descobertas dão esperanças aos mais impulsivos: com treino, dá para melhorar o controle emocional.

Elisa Harumi Kozasa, neurocientista do Instituto do Cérebro do Hospital Israelita Albert Einstein, é uma das autoras de um estudo recém-publicado na revista internacional "NeuroImage". A pesquisa comparou o desempenho de pessoas que meditam com o de quem não medita em uma atividade que exige controle de impulsos. Saiu-se melhor quem meditava.

"O treinamento em meditação modifica as áreas cerebrais. O córtex fica mais espesso em partes relacionadas à atenção, à tomada de decisões e ao controle de impulsos", explica.

Além de meditação, os treinamentos para autocontrole envolvem terapia comportamental e técnicas de reconhecimento facial de emoções. A ideia não é aprender a engolir sapos ou a forjar um pensamento positivo. "Suprimir a raiva ou o estresse é 'autoilusão', não autocontrole. É preciso entender o que causa o impulso, não rejeitá-lo", diz José Roberto Leite, psicólogo e pesquisador da Unifesp.

Emoções são respostas do organismo a estímulos internos ou externos. O que determina o tamanho do pavio da pessoa ou o quanto ela é ansiosa não é só "gênio".

"Há um papel da genética, mas a influência do ambiente e do comportamento é grande. Quem vive em ambientes com pessoas ansiosas tem mais tendência a ser ansioso", explica Kozasa.

Sentir raiva ou nojo, duas emoções universais, é involuntário e fisiológico: todos sentem. Mas o que será feito com esse impulso pode ser uma escolha, de acordo com a monja Coen, primaz da Comunidade Zen Budista. "Podemos controlar o que fazemos com as nossas emoções. Para isso, é preciso saber reconhecê-las e nomeá-las." É aí que entra a meditação.

Editoria de Arte/Folhapress





ATENÇÃO PLENA

"É como arrumar a casa", define Stephen Little, instrutor de práticas de redução de estresse e de autocuidado do Hospital Israelita Albert Einstein. "Meditar ajuda a criar caminhos neurológicos mais claros. É como abrir uma brecha entre a emoção e o instante da decisão."

Como o foco da atenção é redirecionado --por exemplo, para a respiração--, a técnica treina a concentração, fundamental para manter o controle. As distrações contribuem para que sejamos levados pelas emoções, no estilo "deixa a vida me levar", explica Little.

Em um mundo de distrações, concentrar-se não é nada fácil. Quem nunca meditou pode achar a prática difícil pelo simples fato de precisar ficar quieto, sem estímulos externos. O jeito mais simples de conseguir isso é prestando atenção à respiração. Mas há outras formas, como repetir mentalmente uma palavra ou expressão ou deixar o pensamento fluir.

O único porém é que os efeitos não são imediatos. Os melhores resultados aparecem em estudos com pessoas que praticam a técnica há mais de dez anos. "Mas dá para ter uma boa diferença em oito semanas", incentiva Kozasa. Ela se refere a um programa de 45 minutos por dia, com acompanhamento.

A curto prazo, na hora que der vontade de rodar a baiana, o velho truque de controlar a respiração ajuda de verdade (veja abaixo como isso pode ser feito).

A psicóloga Ana Maria Rossi, autora do livro "["Autocontrole"]' http://livraria.folha.com.br/catalogo/1094898/autocontrole-nova-maneira-de-gerenciar-o-estresse (Best Seller, 208 pág., R$ 24,90), afirma que, quando alguém tenta se controlar, o principal erro é o de se concentrar exatamente no sentimento que quer inibir.

"Pensamos: 'Não vou ficar nervosa'. Isso só atrapalha. O cérebro não entende a negativa. É preciso mudar o foco."

Ela recomenda a técnica da visualização: "Quem tem medo de falar em público pode se imaginar em uma situação de completo domínio."
Para José Roberto Leite, não basta só pensar no controle emocional. "Controlar as emoções é apenas um dos aspectos. Se eu não tenho ataques de raiva ou de ansiedade, mas como desesperadamente, não adianta nada. Há vários tipos de controle."

Segundo ele, é comum a pessoa priorizar uma das áreas --a profissional, por exemplo-- em detrimento das outras. "Há várias esferas: a física, a psicológica, a profissional. É preciso encarar a vida como uma empresa que tem que ser gerenciada em vários aspectos, senão vai à falência."

Editoria de Arte/Folhapress





segunda-feira, 9 de abril de 2012

10 atividades físicas para emagrecer e modelar o corpo

Por Flavia Ferreira Simao



Professores de ginástica, experts em medicina esportiva, personal trainers e coordenadores de grandes academias dizem que o ideal é unir uma atividade aeróbia (esteira, corrida, natação etc.), que queima gordura, com uma localizada (musculação, body pump e outras), que trabalha cada grupo de músculos separadamente, aumentando a massa muscular e deixando o corpo modelado.

Esse trabalho deve ser feito em conjunto e sem esquecer a sessão de alongamento, para garantir flexibilidade e saúde para todos os músculos. Mas escolha as modalidades que gosta de fazer, senão não terá motivação para continuar malhando.

Todo mundo quer saber quanto vai perder se fizer tal exercício, mas saiba que o cálculo do gasto calórico não é simples e deve ser baseado em altura, peso, condicionamento físico, tempo e intensidade da malhação. Por isso, atenção: os valores abaixo são aproximados e com base em uma mulher de 60 quilos.

Confira as indicações dos principais benefícios, do nível de condicionamento exigido, dos grupos musculares mais trabalhados e do gasto calórico médio de cada uma das atividades.

MUSCULAÇÃO
É a melhor atividade para tonificar o corpo, porque o trabalho é feito em todos os grupos musculares separadamente. E isso permite intensificar mais a malhação onde você tem mais necessidade e menos onde seu corpo já possui a forma desejada. Os resultados estéticos aparecem a partir do segundo mês de treino. Deve ser feita com orientação de um profissional da área e combinada com o trabalho aeróbio, como esteira, transport ou bicicleta ergométrica.
  • Gasto calórico aproximado: 420 cal/hora.
  • Benefícios: fortalece e aumenta o tônus muscular, aumenta a resistência e a força, melhora o sistema cardiorrespiratório e a postura, evita a perda de massa muscular decorrente da idade.
  • Trabalha especialmente: todos os grupos musculares.
  • Freqüência: cerca de 60 min a 1h30, pelo menos três vezes por semana (depende do programa de treinamento de cada um).
  • Condicionamento físico necessário: nenhum.
  • Contra-indicações: pessoas com problemas de coluna e lesões nas articulações devem avisar o professor, que fará um programa especial adaptado às dificuldades.
AEROFIGHT
É uma aula que mistura exercícios aeróbios com movimentos de lutas (boxe, karatê, capoeira). Começa com alongamento baseado nas posições de ioga e tai chi chuan, segue com sessões de chutes, socos e pontapés (sem contato físico) e termina com outro alongamento. A depender da academia, essa modalidade é conhecida por outros nomes, como power kick, taebox e taebo.
  • Gasto calórico aproximado: de 495 a 700 cal/hora.
  • Benefícios: tonifica a musculatura de todo o corpo, melhora a coordenação motora e o sistema cardiorrespiratório, aumenta a força, a flexibilidade, agilidade e resistência.
  • Trabalha especialmente: quase todos os grupos musculares do corpo, como glúteos, panturrilha, abdome, coxas, peitoral e braços.
  • Freqüência: de 45 a 60 min, pelo menos três vezes por semana.
  • Condicionamento físico necessário: existem aulas desde o nível iniciante.
  • Contra-indicações: pessoas com problemas de coluna, ombros e joelhos.
BODY PUMP
Mistura ginástica localizada e musculação, numa aula em que o aluno usa barras como as de halterofilismo e repete uma série de exercícios como os de musculação. A aula é pré-coreografada e acompanhada por músicas que se encaixam na sequência dos movimentos. É um dos melhores exercícios para modelar o corpo, pois trabalha a resistência muscular localizada.
  • Gasto calórico aproximado: de 420 a 700 cal/hora.
  • Benefícios: aumenta a resistência e a força muscular, define a musculatura, melhora o sistema cardiorrespiratório.
  • Trabalha especialmente: quase todos os grupos musculares do corpo, principalmente os membros inferiores nas mulheres e superiores nos homens.
  • Freqüência: de 45 a 60 min, pelo menos três vezes por semana.
  • Condicionamento físico necessário: nenhum.
  • Contra-indicações: pessoas com problemas de coluna e lesões nas articulações.
CORRIDA
Ao ar livre o treino fica mais puxado (e o gasto calórico aumenta) pelas variações de terreno e instabilidade no percurso, além do impacto. Na academia, a esteira e as pistas de corrida oferecem bom amortecimento e a possibilidade de controle da inclinação. É uma das melhores atividades aeróbias para emagrecer.
  • Gasto calórico aproximado: 600 cal/hora (correndo a 9 km por hora).
  • Benefícios: melhora o sistema cardiorrespiratório e o condicionamento físico, tonifica a musculatura.
  • Trabalha especialmente: coxas, panturrilha, glúteos e ombros
  • Freqüência: 30 a 60 min, pelo menos três vezes por semana, a depender do condicionamento físico.
  • Condicionamento físico necessário: uma hora de corrida exige um bom preparo físico; os iniciantes devem aumentar o tempo gradativamente.
  • Contra-indicações: pessoas com problemas de coluna e lesões nas articulações das pernas.
CIRCUITO
Uma aula feita em grupo, dividida em atividades diferentes, distribuídas para subgrupos de alunos. Cada um deles faz determinado exercício (como abdominais, pular corda, correr, saltitar) em momentos diferentes.
  • Gasto calórico aproximado: 665 cal/hora.
  • Benefícios: melhora o sistema cardiorrespiratório e o condicionamento físico, aumenta a resistência e a força.
  • Trabalha especialmente: quase todos os grupos musculares do corpo.
  • Freqüência: de 45 a 60 min, pelo menos três vezes por semana.
  • Condicionamento físico necessário: não é indicada para iniciantes, e sim para intermediários, pois é uma aula difícil e exigente.
  • Contra-indicações: pessoas com problemas de coluna e lesões nas articulações.
NATAÇÃO
Uma das melhores atividades aeróbias, pois trabalha praticamente com todos os grupos musculares. No começo você aprende a nadar e depois treina os diversos estilos.
  • Gasto calórico aproximado: de 460 (crawl lento) a 620 (borboleta) cal/hora.
  • Benefícios: melhora o sistema cardiorrespiratório, tonifica a musculatura, aumenta a resistência, desenvolve a coordenação motora.
  • Trabalha especialmente: todos os principais grupos de músculos, como pernas, coxas, abdome, glúteos, braços, peitorais e tórax.
  • Freqüência: 60 min, pelo menos três vezes por semana.
  • Condicionamento físico necessário: nenhum.
  • Contra-indicações: pessoas com lesões nos ombros e na coluna. É indicada para quem tem problemas de deficiência respiratória.
SPINNING
Aula feita em bicicletas especiais cuja característica principal é simular trechos de trilha de mountain bike. É uma atividade em que a carga e a intensidade variam muito, conforme o ritmo da música e, é claro, o condicionamento físico do aluno. É um exercício aeróbico excelente para perder peso.
  • Gasto calórico aproximado: de 270 (carga de 50 watts) a 810 (carga de 200 watts) cal/hora
  • Benefícios: melhora o sistema cardiorrespiratório, aumenta a resistência e a força de membros inferiores (pernas).
  • Trabalha especialmente: coxas, glúteos, panturrilhas e abdome.
  • Freqüência: 45 minutos, pelo menos três vezes por semana.
  • Condicionamento físico necessário: não é indicada para iniciantes e sedentários.
  • Contra-indicações: pessoas com problemas de coluna e lesões nas articulações
CAMINHADA
Andar só faz bem e é uma das melhores atividades aeróbias. Sem falar que você pode caminhar em qualquer lugar e usar essa atividade para melhorar seu condicionamento físico e evoluir para atividades mais intensas como correr.
  • Gasto calórico aproximado: 210 cal/hora (andando a 5 km por hora).
  • Benefícios: melhora o sistema cardiorrespiratório, aumenta a resistência física, tonifica a musculatura e fortalece os ossos das pernas.
  • Trabalha especialmente: coxas, pernas, quadris.
  • Freqüência: pelo menos meia hora, três vezes por semana.
  • Condicionamento físico necessário: nenhum.
  • Contra-indicações: pessoas com lesões nas articulações das pernas.
STEP
Um dos melhores exercícios aeróbios para quem quer emagrecer e malhar as pernas e coxas intensamente. A aula não é fácil, você faz movimentos para cima e para baixo, subindo e descendo do step várias vezes, e precisa de coordenação motora.
  • Gasto calórico aproximado: 270 cal/hora (em um step de 20 centímetros de altura, a 18 subidas por minuto).
  • Benefícios: melhora o sistema cardiorrespiratório, a habilidade e a coordenação motora, aumenta o equilíbrio, a força e a resistência
  • Trabalha especialmente: coxas, pernas, quadris
  • Freqüência: de 45 a 60 min, pelo menos três vezes por semana
  • Condicionamento físico necessário: não é recomendado para pessoas sedentárias.
  • Contra-indicações: pessoas com problemas nos joelhos, tornozelos e na coluna.
TRANSPORT
Um aparelho diferente, no qual você fica em pé fazendo movimentos como se estivesse patinando. Pode-se dizer que é uma mistura de esteira e bicicleta ergométrica, mas oferece menos impacto do que a esteira.
  • Gasto calórico aproximado: de 500 a 600 cal/hora
  • Benefícios: melhora o sistema cardiorrespiratório, aumenta a força e a resistência
  • Trabalha especialmente: coxas e glúteos.
  • Freqüência: de 45 a 60 min, pelo menos três vezes por semana.
  • Condicionamento físico necessário: nenhum.
  • Contra-indicações: pessoas com lesões nas articulações das pernas.
Escolha sua atividade preferida e mexa-se!

Fonte: http://www.maisqualidadedevida.com.br/

sábado, 7 de abril de 2012

Espiritualidade e religiosidade no manejo da dor e dos cuidados paliativos


Revisão da Literatura

Mario F. P. Peres1 , Ana Claudia de Lima Quintana Arantes2, Patrícia Silva Lessa3, Cristofer André Caous4
1 Professor de Neurologia da Faculdade de Medicina do ABC e pesquisador pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, Instituto do Cérebro.
2
Geriatra graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e coordenadora do Grupo de Estudos da Dor e Cuidados Paliativos do Hospital Israelita Albert Einstein.3 Doutora em Tecnologias Energéticas Nucleares pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pesquisadora pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, Instituto do Cérebro.4 Doutor em Neurociências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pesquisador pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, Instituto do Cérebro



Resumo
 

Contexto: Dor é um dos sintomas físicos mais freqüentemente relatados por pacientes, causando importante redução na qualidade de vida do indivíduo. Pacientes com dor crônica são difíceis de tratar.
Objetivo: Descrever estratégias atuais de abordagem de pacientes com dores crônicas, baseadas na literatura científica, enfatizando medidas relacionadas à espiritualidade e à religiosidade.
Método: A presente revisão utilizou-se das atuais estratégias de manejo para pacientes com dor crônica combinadas a medidas medicamentosas e não-medicamentosas, estas geralmente incorporando medidas voltadas ao bem-estar físico, mental, social e espiritual com base em publicações indexadas pelo Medline.
Resultados: Muitos estudos demonstram associação positiva entre espiritualidade e religiosidade e melhora em variáveis e marcadores de doenças crônicas.
Conclusão: Pelo fato de a religiosidade e a espiritualidade serem marcadamente relacionadas com a melhora clínica dos pacientes, é importante que o reconhecimento desses aspectos e a integração no manejo dos pacientes com dor crônica sejam conduzidos por profissionais da área de saúde. Peres, M.F.P. et al. / Rev. Psiq. Clín. 34, supl 1; 82-87, 2007Palavras-chave: Dor crônica, manejo, cefaléias, espiritualidade.

Introdução



Dor é um dos sintomas físicos mais freqüentemente relatados por pacientes, causando importante redução na qualidade de vida do indivíduo (Nickel e Raspe, 2001; Phillips, 2003). A dor é uma experiência desagradável, sensitiva e emocional, associada com lesão real ou potencial dos tecidos, podendo ser aguda ou crônica. Dor crônica é definida como toda aquela com duração superior a seis meses, persistente ou intermitente (Breen, 2002). No Brasil, estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas padeçam de algum tipo de dor (Silva et al., 2004). É o principal motivo de procura por assistência de saúde, sendo considerada hoje um grave problema de saúde pública.

A atenção ao aspecto da espiritualidade se torna cada vez mais necessária na prática de assistência à saúde. Cada vez mais a ciência se curva diante da grandeza e da importância da espiritualidade na dimensão do ser humano. Ser humano é buscar significado em tudo que está em nós e em nossa volta, pois somos seres inacabados por natureza e estamos sempre em busca de nos completar. A transcendência de nossa existência torna-se a essência de nossa vida à medida que esta se aproxima do seu fim. Em cuidados paliativos, perguntamos ao paciente o que ele considera importante realizar nesse momento de sua vida e trabalhamos com o controle dos sintomas. Buscamos conferir ao paciente todas as condições necessárias para as suas realizações nesse momento singular. E a dimensão da espiritualidade torna-se realmente de grande importância. O cuidado paliativo é a modalidade de assistência que abrange as dimensões do ser humano além das dimensões física e emocional como prioridades dos cuidados oferecidos, reconhecendo a espiritualidade como fonte de grande bem-estar e de qualidade de vida ao se aproximar a morte (Wachholtz e Keefe, 2006). Acolher esse movimento de transcendência neste momento da existência humana é um dos alicerces dos cuidados paliativos. Transcender é buscar significado, e a espiritualidade é o caminho.

Pacientes com dor crônica são difíceis de tratar. O bem-estar físico e o emocional, assim como as relações sociais, familiares e de trabalho, são extremamente afetados (Sorajjakool et al., 2006; Smith et al., 2001). A experiência da dor é mais bem entendida se uma construção multidimensional, incluindo aspectos físicos, biológicos, sociais, psicológicos e espirituais, for considerada (Davis et al., 2003). Além dos conceitos de nocicepção, sensitividade central e do componente neuropático da dor, numerosos estudos apontam fatores não-biológicos, como o suporte social e as estratégias de enfrentamento (coping), como fundamentais na percepção de dor dos pacientes (Keefe e Bonk, 1999; Lester et al., 1996; Kraaimaat et al., 1995). Emoções negativas como depressão e ansiedade correlacionam-se também com piora na percepção da dor de cada indivíduo
(McWilliams et al., 2004; Campbell et al., 2003).

Discussão


Religiosidade e espiritualidade na prática médica
Desde o início da década de 1980, a medicina vem se direcionando a uma visão mais abrangente do modelo de atendimento na área da saúde, enfatizando a importância de fatores ambientais e psicossociais (Engel, 1980).


A medicina moderna encontra-se em fase de transição e está à procura de novas fronteiras e caminhos para a evolução do conhecimento. O direcionamento científico da medicina aponta as áreas da biologia molecular, genética, farmacoterapia e acupuntura, mas também há reconhecida tendência para o estudo da espiritualidade (Koenig, 2004). Revistas de alto impacto científico abrem espaço para artigos relacionados a esse tema, tais como The Lancet, New England Journal of Medicine, British Medical Journal, American Journal of Psychiatry, JAMA, entre dezenas de outras (Koenig et al., 1998).

Pacientes querem ser tratados como pessoas, e não como doenças, e serem observados como um todo, incluindo-se os aspectos físico, emocional, social e espiritual (Okon, 2005). Ignorar qualquer uma dessas dimensões torna a abordagem do paciente incompleta. Apesar de dois terços das escolas médicas americanas em 2001 lecionarem cursos obrigatórios ou eletivos sobre religião, espiritualidade e medicina (Barnard et al., 1995), poucos médicos hoje percebem as necessidades espirituais dos seus pacientes. Até mesmo nas áreas mais religiosas dos Estados Unidos, menos do que um terço dos médicos pergunta sobre a religiosidade dos pacientes e menos de um entre dez médicos leva em conta a história espiritual de cada um (Chibnall e Brooks, 2001). Muitos médicos dizem que se sentem desconfortáveis ao falar sobre assuntos religiosos ou que não têm tempo para lidar com isso. Outros não consideram os assuntos espirituais como parte de seus trabalhos, não entendem por que deveriam ser, não sabem como nem quando introduzi-los e sequer imaginam quais seriam os resultados caso os incluíssem (Marr et al., 2007). Em pesquisas na população geral e em médicos dos Estados Unidos, as crenças e o comportamento religioso foram estudados. Revelou-se que 95% das pessoas acreditam em Deus, 77% acreditam que os médicos devem considerar as suas crenças espirituais, 73% acreditam que devem compartilhar as suas crenças religiosas com o profissional médico e 66% demonstram interesse de que o médico pergunte sobre sua espiritualidade. No entanto, apenas 10% a 20% relataram que os médicos discutiram a espiritualidade com elas (Larson e Koenig, 2000; Anaya, 2002; Cowan et al., 2003).

Diversos estudos examinaram a relação da religiosidade e/ou espiritualidade com diversos aspectos da saúde mental. A maioria deles aponta para melhores indicadores de saúde mental e adaptação ao estresse em pessoas que praticam atividades ditas religiosas (Moreira-Almeida, 2006). Outros estudos mostram que pessoas engajadas em práticas religiosas ou espirituais são fisicamente mais saudáveis, têm estilo de vida mais equilibrado e usam menos serviços de saúde (Koenig, 2004). O impacto do benefício da atividade religiosa na saúde chega a ser comparado com o abandono do tabagismo e até mesmo com o acréscimo de sete a 14 anos na expectativa de vida (Neumann e Peeples, 2001).

O impacto também se dá economicamente, pois a prática espiritual é isenta de custos e seus benefícios resultam menos gastos hospitalares, medicamentos e exames diagnósticos (Hudson, 1996). No entanto, obviamente, a prática religiosa não deve substituir a prática médica.

Várias questões relacionadas à introdução dos conceitos de espiritualidade e religiosidade na medicina devem ser consideradas. Embora existam para algumas doenças, faltam estudos randomizados que evidenciem o benefício da espiritualidade em doenças específicas, para as quais este tópico nunca foi cientificamente estudado. A atividade religiosa do indivíduo, por si, pode ser substancialmente diferente daquela indicada pelo médico. Em termos epidemiológicos, uma ação no sentido de reduzir o tabagismo, ou aumentar o nível de exercício físico, ou uma orientação dietética devem ser comparadas com a orientação de se procurar uma atividade religiosa, calculando-se seu custo-benefício.

E quando a religião é prejudicial? Há também riscos a serem considerados nessa área. Pensamentos negativos gerando sentimentos de culpa oriundos de determinada crença religiosa podem ocasionar mais sofrimento ao paciente, levando à sensação de abandono, desamparo e baixa auto-estima. Orientações religiosas podem fazer o indivíduo abandonar o tratamento médico tradicional, havendo piora imediata do seu quadro clínico, embora a maioria das religiões não estimule a interrupção do tratamento médico (Koenig et al., 1991). Por último, o médico corre o risco de impor a sua prática religiosa ao paciente e causar uma quebra da relação médico-paciente.

O que deve, então, fazer o médico? O American College of Physicians, nos Estados Unidos, publicou um consenso sobre quais questões o médico deve abordar em relação ao paciente grave: 1) A fé (religião, espiritualidade) é importante para você nesta doença? 2) A fé (religião, espiritualidade) já foi importante em outras épocas da sua vida? 3) Você tem alguém para discutir as questões religiosas? 4) Você gostaria de explorar as questões re­ligiosas com alguém? (Quill e Byock, 2000)

Para acessar a espiritualidade de maneira sistemática e padronizada, foram criadas escalas de avaliação específicas (Kelly et al., 2006; Mystakidou et al., 2006). As escalas de avaliação da espiritualidade no âmbito médico, como a Spiritual Involvement and Beliefs Scale (Hatch et al., 1998) (Escala de Crenças e Envolvimento Espiritual), a Spiritual Well-Being Scale (Sieber et al., 2000) (Escala de Bem-Estar Espiritual) e a DUREL (Duke University religion index) (Storch et al., 2004). O simples fato de o médico se mostrar preocupado com o aspecto espiritual do paciente deve melhorar a relação médico-paciente e, por conseguinte, o impacto das intervenções médicas realizadas. Por trás desse relacionamento, assim como em outras situações, percebemos que há energia envolvida no processo.

A etimologia da palavra energia implica atividade ou todo agente capaz de produzir trabalho de acordo com a definição da física. Podemos afirmar que a energia nunca é criada nem destruída, simplesmente é transformada de um tipo em outro. As energias conhecidas pela física possuem entropia positiva, uma vez que se propagam de um local de maior potencial para outro de menor potencial energético. Entretanto, foi descoberta por Wilhelm Reich outra energia de entropia negativa e denominada energia sutil ou orgânica. A teoria eletromagnética de Louis Vallé afirma que se em um determinado espaço a energia atinge uma densidade suficiente, ocorre a materialização de um fóton. Contudo, se a energia é de densidade inferior, só pode existir em forma de onda. Estendendo esse conceito, Pagot afirmou que, densidade ainda menor, a energia também deixará de ser ondulatória para existir de maneira difusa perturbando esse espaço (energia de forma). A aplicação de energia de forma gerada por formas geométricas simétricas é benéfica aos seres vivos segundo Pagot (1988). Portanto, quais intervenções espirituais e/ou religiosas podem ser efetuadas? A reza ou prece é a mais universal e comum das intervenções. Quase 90% das mulheres e 85% dos homens fazem preces, e 80% deles o fazem com freqüência semanal (Ameling, 2000). A meditação é outra opção mais voltada para a consciência do corpo, relaxamentos físico e mental. A leitura bíblica ou de outros textos religiosos também pode servir a esse propósito (Shelly, 2005).

A psicoterapia baseada na linha transpessoal ou com enfoque existencial pode ser eficaz na ajuda ao paciente que procura resolver aspectos relacionados ao significado e ao propósito da vida. Intervenções comuns em nosso meio, como a fluidoterapia, atingem de maneira eficaz o sistema energético bioplasmático (Moreira-Almeida e Lotufo, 2005). Outros tipos de intervenções espirituais ou religiosas predominam de acordo com a prática religiosa, tais como: toque terapêutico, reiki, as curas em cultos públicos ou encontros privados com curandeiros. A imensa ausência de evidências científicas, em parte pelo preconceito, de cada uma dessas modalidades terapêuticas nos dificulta uma possível recomendação.



Sofrimento



No centro do estresse espiritual de morrer está o sofrimento individual. George Eliot comenta: “Profundo e indescritível sofrimento pode bem ser chamado de um batismo, uma regeneração, uma iniciação de um novo estado de ser” (Steensma, 2003). Torna-se importante avaliar o estresse espiritual de morrer para entender mais profundamente o sofrimento humano. Eric Cassel define o sofrimento como um estado de estresse grave associado aos eventos que ameaçam a integridade de cada pessoa. Por conta dessa natureza, “sofrimento é uma experiência humana” e ocorre assim que o processo de destruição da pessoa seja percebido, enquanto a ameaça da desintegração persistir ou até que a integridade da pessoa possa ser restaurada de alguma maneira.


O sofrimento afeta as pessoas em toda a sua complexidade, podendo ocorrer nas dimensões social, familiar, física, emocional e espiritual (Cassel, 1982). Outra forma de expressar a natureza do sofrimento humano no final da vida é o conceito definido por “dor total” articulado por Saunders (Saunders e Sykes, 1993). Ela descreveu quatro domínios da dor, que, em sua totalidade, constituem o conceito da chamada dor total: dor física (e outros sintomas físicos de desconforto), dor emocional (ansiedade, depressão), dor social (medo da separação, sensação de abandono, luto antecipatório) e dor espiritual. Cassel (1999) completa ainda: “O sofrimento não identificado não poderá ser aliviado”. Entretanto, é preciso compreender que antes de o paciente em fase final de vida se ajustar às suas necessidades espirituais, ele precisa ter seus desconfortos físicos bem aliviados e controlados. Uma pessoa com dor intensa jamais terá condições de refletir sobre o significado de sua existência, pois o sofrimento físico não aliviado é um fator de ameaça constante à sensação de plenitude desejada pelos pacientes que estão morrendo.



Espiritualidade e dor



Se estudos mostram que as medidas de religiosidade e espiritualidade se comportam como fatores preditivos de bem-estar e suporte social em outras doenças crônicas, potencialmente isso deve ocorrer também no âmbito do controle da dor (Sinclair et al., 2006; Harrison et al., 2005; Cooper-Effa et al., 2001; Koenig, 2001; Brand, 1995). Apesar disso, não são muitos os estudos que avaliam a influência da religiosidade e da espiritualidade em pacientes com dor.

Espiritualidade pode ser definida como aquilo que traz significado e propósito à vida das pessoas. Essa definição é utilizada como base em cursos médicos sobre espiritualidade e saúde. A espiritualidade é reconhecida como um fator que contribui para a saúde e a qualidade de vida de muitas pessoas. Esse conceito é encontrado em todas as culturas e sociedades. É expressa como uma busca individual mediante a participação de grupos religiosos que possuem algo em comum, como fé em Deus, naturalismo, humanismo, família e arte (Puchalski, 1999). Um dos primeiros estudos em pacientes com dor por crises de falcização na anemia falciforme mostrou que os pacientes com níveis mais altos de religiosidade apresentaram um senso de controle maior da dor, mas não de sua intensidade (Banks, 2006).

Harrison et al. (2005), ao avaliarem 50 pacientes americanos com anemia falciforme, demonstraram que freqüência à igreja mais de uma vez por semana implica escores mais baixos de dor, porém outros aspectos, como estudos bíblicos e religiosidade intrínseca, não se relacionam com o sentir menos dor. Em uma recente revisão, Banks (2006) ressaltou a importância de incorporar a fé e a espiritualidade ao tratamento de pacientes com cefaléia crônica diária, mas não há ainda estudos que norteiem como e quando isso deve ocorrer.

Na literatura de cuidados paliativos, o tema religiosidade e espiritualidade ganha bastante importância. Newshan (1998) revê o papel da espiritualidade em pacientes com câncer ou HIV e dor, ressaltando os domínios do significado, da esperança, do amor e dos relacionamentos. Avaliações e intervenções espirituais destacadas para a promoção do conforto e a diminuição da dor foram: vontade de escutar, atenção e aceitação. Otis-Green et al. (2002) propõem um modelo multidisciplinar envolvendo aspectos espirituais no tratamento da dor em câncer, discutindo o papel de vários profissionais, como psicólogos, enfermeiros, oncologistas, psiquiatras, assistentes sociais, capelães e religiosos, em que cada um desempenha um papel específico relacionando-se com o paciente dentro da sua área de atuação profissional ou pessoal.

Algumas pesquisas mostram o efeito de aspectos religiosos e espirituais no tratamento de condições dolorosas. Em um estudo comparando o efeito de diferentes formas de meditação em relação à ansiedade, ao humor e à dor (Wachholtz e Pargament, 2005), demonstrou-se que o grupo que realizou meditação com envolvimento espiritual obteve menores níveis de ansiedade, melhor humor e duas vezes mais tolerância à dor. Estudaram-se também 122 pacientes com dores musculoesqueléticas e observou-se que pacientes sentiram-se mais abandonados por Deus e tiveram menos desejo de diminuir a dor no mundo. Práticas religiosas privadas foram inversamente relacionadas às variáveis físicas, mostrando que os pacientes em pior estado tinham maior probabilidade em se engajar às práticas, como um meio de enfrentamento da sua baixa qualidade de vida. Aspectos como perdão, experiências espirituais diárias, suporte religioso e autopercepção de religiosidade predisseram significativamente o estado de saúde mental dos pacientes (Rippentrop et al., 2005). Sundblom et al. (1994) estudaram por um período de um ano e meio o efeito da cura espiritual em 24 pacientes com síndromes dolorosas crônicas na Finlândia, encaminhados a tratamento espiritual ou a nenhum tratamento. Observaram que houve discreta redução no consumo de analgésicos, melhora na qualidade do sono e que metade (seis pacientes) sentiu alívio após o tratamento. Abbot et al. (2001) estudaram 120 pacientes com dor crônica de diversas etiologias e avaliaram o efeito de um tratamento de cura face a face e a distância realizado por 30 minutos por semana, durante oito semanas. Redução significativa ocorreu nos dois grupos, porém não foi diferente da dos grupos controle.


Papel da religião nos cuidados do fim da vida



É interessante perceber que em meio a era de grandes avanços tecnológicos emerge uma crescente necessidade de busca espiritual (Marco e Schears, 2006; Lukoff et al., 1995; Waldfogel e Wolpe, 1993; Lukoff et al., 1992; Urzua, 1991). Então, começa a surgir um desafio aos profissionais de saúde para responder às questões sobre o equilíbrio entre saúde e espiritualidade. O uso indiscriminado da tecnologia, mesmo que repleto de boas intenções, pode resultar abandono não intencional de outras necessidades muito importantes, como conforto e controle da dor, e outros sintomas, como comunicação, espiritualidade e outros valores significativos (Urzua, 1991; Hudson, 1996). Em geral, considera-se inadequado que os médicos façam sugestões a respeito de escolhas religiosas a seus pacientes que estão morrendo, bem como aos seus familiares (Marco e Schears, 2006). Essas complexas particularidades levam a uma questão fundamental: quais as implicações para aqueles que cuidam das necessidades espirituais dos pacientes na fase final de suas vidas?

Em uma grande pesquisa nacional (março a agosto de 1999), os investigadores avaliaram percepções do paciente, da família, dos médicos e de outros profissionais e voluntários questionados sobre a importância de 44 atributos de qualidade de cuidados no final da vida (Steinhauser et al., 2000). Vinte e seis itens foram considerados como extremamente relevantes em todos os grupos entrevistados e incluíram: controle efetivo da dor e outros sintomas, preparação para a morte, atingir um senso de plenitude, ser capaz de tomar decisões sobre os tratamentos propostos e ser tratado como uma pessoa da maneira mais completa possível. Apesar do consenso sobre esses aspectos, houve discrepâncias com significância estatística sobre espiritualidade, sendo esta reportada como o aspecto mais importante pelos pacientes, mas não tão importante para seus médicos e demais profissionais da área de saúde. Problemas de comunicação em relação à espiritualidade são mais freqüentes nos cuidados com crianças e adolescentes. Um estudo retrospectivo de cuidados no final da vida em 77 crianças terminais hospitalizadas com idades entre 8 dias e 17 anos constatou apenas um caso bem documentado de um adolescente com uma discussão clara sobre a possibilidade de morrer (McCallum et al., 2000). Outra observação perturbadora extraída de uma análise retrospectiva de anotações de prontuários de 200 pacientes adultos em fase final de vida mostrou que, quando documentadas, as discussões sobre espiritualidade eram caracterizadas como frustrantes pela equipe de saúde ante as perspectivas não realistas das famílias e dos próprios pacientes. Essa conclusão sugere que muitos profissionais de saúde perdem uma excelente oportunidade de avaliar os aspectos espirituais do paciente, pois interpretam ou pré-julgam essa dimensão do cuidado como muito abstrata ou utópica (Fins et al., 2000).

Entretanto, é preciso compreender que, antes de o paciente em fase final de vida se ajustar às suas necessidades espirituais, ele precisa ter seus desconfortos físicos bem aliviados e controlados. Uma pessoa com dor intensa jamais terá condições de refletir sobre o significado de sua existência, pois o sofrimento físico não aliviado é um fator de ameaça constante à sensação de plenitude desejada pelos pacientes que estão morrendo. Experimentar um processo de morte serena é, antes de tudo, ter a oportunidade de viver em plenitude seu último momento. Proporcionar o alcance dessa plenitude é o objetivo primordial dos cuidados paliativos (Byock, 2006; Hinshaw, 2005).



Conclusão



É muito importante para a melhora na qualidade de vida de pacientes com dor crônica integrar aspectos da espiritualidade, fé e religiosidade com seu atendimento em diversos aspectos. Futuras pesquisas na área são necessárias para se definir o exato papel da religiosidade e/ou espiritualidade na prevalência, impacto e tratamento de pacientes com dor. Novos avanços devem decorrer do aprofundamento dessas investigações clínico-científicas e da aplicação da espiritualidade na prática médica, em especial no manejo daqueles com dor crônica.

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Dicas para reduzir calorias

Legumes e grelhados podem ser consumidos sem pão ou torradinhas. Escolha a massa com molho de tomate e uma proteína. No japonês, fique longe de opções fritas ou empanadas. Já na churrascaria, o ideal é começar pelas saladas.

Saiba quanto você precisa correr por semana para perder calorias.

A corrida é uma boa opção para quem quer emagrecer rápido. Um pessoa que pesa entre 60 e 70 quilos pode perder entre 500 e 600 calorias se correr durante uma hora. É importante passar por uma consulta médica antes do exercício.

Exercício em casa ou no parque aumenta tempo e qualidade de vida.

O exercício físico regular pode aumentar o tempo e a qualidade de vida de uma pessoa. O preparador físico José Rubens D'Elia mostra que é possível praticar exercícios em parques, na vizinhança ou em casa, com uma academia particular.

Médico dá mais algumas dicas saudáveis e baratas.

Dicas para levarmos uma vida mais saudável sem gastar muito para isso. Depois do programa, ele respondeu perguntas enviadas pela internet e deu outras sugestões.

Confira uma série de exercícios para melhorar o equilíbrio

O preparador físico José Rubens D'Elia mostra exercícios que podem ser feitos em casa e ajudam a melhorar o equilíbrio corporal.

Aprenda a comer bem e se manter saudável.

Um dos sinônimos de felicidade para todos é a saúde. Uma das formas de manter o metabolismo equilibrado e ainda garantir qualidade de vida é acertar na alimentação.

Dicas para melhorar a alimentação de crianças e adolescentes

As refeições devem ser adequadas às atividades ao longo do dia, evitando guloseimas e refrigerantes. A má alimentação pode causar cansaço, sonolência, apatia e irritação.

Pele deve receber cuidados especiais de acordo com a idade.

Na adolescência, o principal problema são as espinhas. Dos 20 aos 40 anos, a pele começa a perder a capacidade de regeneração e podem surgir manchas. Entre os 40 e os 60 anos, ocorre uma perda da elasticidade da pele e o contorno da face muda.

Transport é um dos aparelhos de maior sucesso nas academias.

Uma pessoa de aproximadamente 70 quilos pode queimar 300 calorias em 40 minutos em um ritmo mais leve. O exercício não provoca impacto nos joelhos.